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Forças Armadas irão intervir nas zonas do Rio de Janeiro onde a violência já fez mais vítimas


Milícias, grupos de extermínio e tráfico de drogas são causas dos assassinatos na Baixada Fluminense em vésperas das eleições de outubro. Forças Armadas vão intervir
Às 22.30 de uma terça-feira de julho, Aga Lopes Pinheiro bebia uma cerveja com o marido na esplanada de um bar na cidade de Magé, no estado do Rio de Janeiro, quando quatro homens desceram de um carro e dispararam dezenas de tiros contra ela. O marido saiu ileso. Aga, 49 anos, era líder comunitária dos moradores do bairro da Barbuda e pré-candidata a vereadora na cidade pelo partido Democratas (DEM) às eleições municipais de outubro.

Dez dias antes, Sérgio de Almeida, 37 anos, saiu às 09.00 de casa, em Duque de Caxias, também no Rio, diretamente para o carro quando foi bloqueado por outro veículo de onde saíram dois homens com luvas brancas, toucas ninja, metralhadoras e pistolas e começaram a disparar. Almeida, que concorria a vereador da cidade pelo Partido Social Liberal (PSL), foi o nono candidato assassinado em nove meses. Aga a 11.ª. Entretanto, o número já subiu para 14, com três mortes na segunda metade de agosto.

Segundo a Polícia Civil, seis dos casos foram causados por disputas ente milícias, ou seja, grupos paramilitares, formados por agentes e ex-agentes da polícia e bombeiros em atividade e bombeiros reformados, criados nos anos 1990 para proteger por conta própria os cidadãos dos criminosos mas que derivaram, na maioria dos casos, para o crime. Nasceram no Rio de Janeiro mas espalharam-se por toda a região em redor da capital do estado, conhecida como Baixada Fluminense, onde Sérgio Almeida, Aga Pinheiro e mais 12 políticos foram assassinados.

Outros dois crimes, ainda de acordo com as investigações da Polícia Civil, resultaram da ação de grupos de extermínio, ou seja um bando de assassinos profissionais de aluguer que atuam nos arredores das principais cidades brasileiras (nas regiões do interior do país chamam-se jagunços). Quatro teriam sido fruto de envolvimento dos candidatos a vereadores com traficantes e, nos restantes dois, a Polícia Civil ainda não encontrou relação entre a atividade política das vítimas e os crimes.

De qualquer forma, como nas municipais de 2012 se registou apenas o homicídio de um candidato, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu neste ano pedir a presença das Forças Armadas em municípios da região da Baixada Fluminense, formada por 12 municípios e com 3,6 milhões de habitantes, e também na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

"Não podemos passar pela vergonha das municipais de 2012 ou das eleições gerais de 2014 quando os candidatos eram impedidos de fazer campanha e os eleitores obrigados a votar num determinado candidato", afirmou Sidney Madruga, procurador eleitoral. "Quando os Jogos Paralímpicos acabarem, as Forças Armadas terão de começar a cuidar das zonas pobres do estado e não apenas da Zona Sul", continuou, referindo-se à região onde se situam as praias cariocas e o maior fluxo de turistas.

"Nós temos informações da inteligência no sentido de que determinados candidatos têm a simpatia de milícias que depois agem em relação aos opositores, o que é inadmissível", concluiu Madruga.

Na onda a que os jornais locais chamaram "política da bala", registaram-se mortes em localidades como Paracambi, Seropédica, Nilópolis, Nova Iguaçu, Belford Roxo, São João de Meriti, Duque de Caxias e Magé. Há candidatos de partidos como o DEM, de Aga Pinheiro, o mais à direita no país, ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), o mais à esquerda, passando pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), do presidente Michel Temer, ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), de Aécio Neves, ou por independentes. Os crimes ocorreram nas esplanadas de bares, em parques de estacionamento, no centro das cidades, à porta de casa das vítimas ou em emboscadas, sempre com armas de fogo.

As eleições municipais decorrem a 2 de outubro - e 30, em caso de necessidade de segunda volta - e envolvem cerca de seis mil municípios e mais de meio milhão de candidatos a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores.
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