Omar Mateen gostava de tirar selfies ao espelho. Nalgumas delas surge com o uniforme da polícia de Nova Iorque
| MYSPACE/VIA REUTERS
Tiroteio em
discoteca gay é o mais mortífero de sempre nos EUA. Trump já veio dizer que
tinha razão sobre "terrorismo islâmico".
Omar Mateen
alugou um carro e percorreu os 200 km que separam Port St. Lucie de Orlando, na
Florida. Ali chegado dirigiu-se à discoteca Pulse, um conhecido clube gay onde
decorria uma festa latina. Depois de uma troca de tiros com um segurança, fez
reféns as 350 pessoas no interior. Matou 50 e feriu outras 53 antes de a equipa
SWAT entrar no edifício e o abater. Um balanço que faz deste o pior tiroteio de
sempre nos EUA e a confirmar-se a ligação terrorista, o atentado mais mortífero
depois do 11 de Setembro 2001.
Mas afinal
quem era o atirador de Orlando e o que o levou a agir? Omar Mateen tinha 29
anos, nascera em Nova Iorque e era filho de imigrantes afegãos. Vinte minutos
após o início do ataque, terá ligado para o 911 (o número de emergência
americano) a jurar fidelidade ao ISIS, o grupo islamita também conhecido como
Estado Islâmico que controla parte do território da Síria e Iraque e se
notabilizou pelos ataques no Ocidente, como o que fez 130 mortos em Paris em
novembro de 2015. Ao fim da tarde, a Amaq, agência de notícias do ISIS veio
reivindicar a autoria do ataque na Florida, confirmando que foi realizado por
um "combatente do Estado Islâmico".
Na chamada
para o 911, Mateen, que trabalhava como segurança na emprega G4S desde 2007 e
tinha licença de porte de arma, terá também mencionado os irmãos Tsarnaev,
responsáveis pelos atentados de Boston, que fizeram três mortos e 260 feridos
em 2013.
Segundo a
CNN, Mateen já teria sido investigado pelo FBI por ligações ao extremismo
islâmico. Os dois casos contra ele ficaram em aberto, apesar de o segurança ser
uma das centenas de pessoas que a agência suspeita de ligação aos ISIS.
Em
entrevista à NBC, o pai do atirador, Mir Seddique, garantiu que a atitude do
filho "não teve nada a ver com religião". E recordou que há uns
meses, Mateen ficara perturbado ao ver dois homens beijarem-se na rua em Miami,
sugerindo que isso pode estar ligado ao alvo do ataque de ontem numa discoteca
gay.
As imagens
que nos chegam de Mateen foram colocadas pelo próprio nas redes sociais,
revelando um certo gosto pelas selfies ao espelho. Nalgumas surge com um
uniforme da polícia de Nova Iorque, uma carreira que terá tentado. Sem sucesso.
Divorciado e
pai de um rapaz de três anos, Mateen teria, segundo disse a ex-mulher ao
Washington Post, um passado violento. "Não era uma pessoa estável. Chegava
a casa e começava a bater-me porque a roupa ainda não estava lavada ou outra
coisa assim", explicou a mulher que não quis ser identificada.
Eram 2:00
(mais cinco em Lisboa) quando a polícia foi chamada à discoteca Pulse devido a
uma troca de tiros entre um segurança do clube e Mateen. Mas depressa a
situação evoluiu para um sequestro com o jovem, armado com uma pistola, uma
espingarda de assalto AR-15 e um grande número de munições, a fazer reféns as
pessoas no interior. Passadas três horas, a equipa SWAT usou veículos blindados
para entrar no local, matando o atirador. Não sendo claro em que momento exato
Mateen começou a disparar sobre os clientes.
As primeiras
informações davam conta de que o atirador teria explosivos agarrados ao corpo e
no carro, mas acabaram por ser desmentidas pela polícia. A dimensão do ataque
levou o mayor de Orlando, Buddy Dyer, a declarar o estado de emergência na
cidade, pedindo ao governador Rick Scott para fazer o mesmo no estado na
Florida. As autoridades de Santa Monica detiveram um homem que tinha armas e
munições no carro e se dirigia para uma parada gay em Los Angeles, mas dizem
não ter provas que os dois casos estejam ligados.
Pop, pop,
pop
Muitas das
pessoas no interior da Pulse esconderam-se nas casas de banho ou noutros
locais, tendo sido resgatadas pela polícia. Um agente ficou ferido após ser
atingido no capacete numa troca de tiros com Mateen.
Mal ouviu os
tiros, Hansen lançou-se para o chão, onde ficou de gatas. Ao lado dele, estava
um homem ferido. "Tirei o meu lenço e usei-o para tapar o buraco de bala
nas costas dele", explicou à CNN. Não muito longe estaria Luiz Burbano.
Tinha ido à Pulse com o melhor amigo e quando começou a ouvir o pop, pop, pop,
achou que era a música. Mas depressa percebeu que não, eram tiros. "Estava
cada vez mais próximo, cada vez mais alto", contou também à CNN. Os dois
homens aproveitaram uma pausa nos disparos para chegar até à porta.
"Tentámos escapar e salvar o maior número possível de pessoas antes de
sair dali", acrescentou.
A Pulse
gostava de se apresentar como o melhor bar gay de Orlando. Poucas horas antes
do tiroteio, colocara no Facebook um convite para a sua festa com sabor latino.
Depois do ataque, os donos da discoteca pediram, também através das redes
sociais, para todos rezarem pelas vítimas. No exterior do edifício, podiam
ver-se pessoas ensanguentadas, outras em lágrimas e a abraçarem-se no meio dos
agentes da polícia e das luzes das sirenes. Mais uma vez, a Internet serviu de
veículo para as condolências, com os hashtags #PrayForPulse (Reza pela Pulse) e
#PrayForOrlando (Reza por Orlando) a serem os mais populares no Twitter e no
Instagram.
O tiroteio
de ontem teve lugar a poucos quilómetros do Orlando Plaza Live, onde na véspera
a cantora Christina Grimmie fora morta a tiro por o homem identificado como
Kevin James Loibl, de 27 anos.
Um dos
primeiros a reagir ao tiroteio na Pulse foi Donald Trump. O candidato
republicano à Casa Branca pediu no Twitter para rezarem pelas vítimas, antes de
lembrar que estava certo em relação ao "terrorismo islâmico". A sua
mais que provável rival democrata nas presidenciais de 8 de novembro, Hillary
Clinton, denunciou um "ato de terror". E garantiu à comunidade LGBT
(Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros) que têm "milhões de aliados
pelo país. Eu sou um deles".
O presidente
Barack Obama garantiu por seu lado: "Não vamos ceder ao medo nem virar-nos
uns contra os outros".
íc �
a @UW `� as sirenes. Mais uma vez, a Internet serviu de
veículo para as condolências, com os hashtags #PrayForPulse (Reza pela Pulse) e
#PrayForOrlando (Reza por Orlando) a serem os mais populares no Twitter e no
Instagram.Deixe o seu comentário clicando no balãozinho no topo da postagem próximo ao titulo.
language,語,Sprache,язык,स्टॉक
0 Comentários