Mensagens interceptadas na Operação Acrônimo indicam que montadora CAOA teria pago propina
Apuração da PF mostra 'compra' de portaria em benefício da Caoa
Apuração da PF mostra 'compra' de portaria em benefício da Caoa, diz revista
Segundo a reportagem, um lobista com relação com o governador de Minas Gerais e ex-ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), recebeu propinas do Grupo Caoa para habilitar a empresa no Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto), do MDIC, que dá vantagens fiscais para a área automotiva.
De acordo com a revista, notas fiscais, comprovantes bancários, telefones celulares e mensagens escritas à mão apreendidos na Operação Acrônimo mostram a ação do lobista. Época diz que o presidente da Caoa, Antônio Maciel Neto, pedia ao empresário Benedito Rodrigues de Oliveira, mais conhecido como Bené, amigo de Pimentel, "uma mãozinha" na assinatura de uma portaria do Inovar-Auto. A portaria foi assinada pelo então ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, segundo a publicação. "Agora à noite, sentei com substituto dele. Amanhã vai resolver", teria escrito Bené em mensagem a Maciel Neto, referindo-se a Borges.
A revista diz que, em 12 de março de 2014, uma conta do Banco Itaú, da empresa Bridge Participações, de Bené, recebeu um repasse de R$ 450.480,00 feito pela Caoa. Em maio, a Caoa realizou dois outros pagamentos para a Bridge, no valor total de R$ 469.250,00, segundo a reportagem. Uma semana depois da última transferência, Borges teria assinado a portaria 119, de 29 de maio de 2014, que habilitava a Caoa e outras montadoras no Inovar-Auto, conforme o texto de Época. A PF presume que Bené pode ter sido a ligação da Caoa ao MDIC, Borges e Pimentel, de acordo com a reportagem.
Em declaração à Época, o advogado da Caoa, José Roberto Batochio, disse que a empresa "jamais teve a intervenção do Bené para a sua inclusão na portaria 119". O advogado de Pimentel, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, disse à revista que "entrará com uma petição em que pedirá a paralisação do uso desses documentos obtidos pela Polícia Federal sem fundamentação legal".
O advogado José Luis de Oliveira Lima, que defende Bené, disse à revista: "Tendo em vista que o procedimento é sigiloso, em respeito ao Judiciário, os esclarecimentos serão prestados perante a autoridade competente". Procurado por Época, Borges não respondeu até a publicação da reportagem. Com informações do Estadao Conteudo.
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