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Decisão permite que força-tarefa da Operação Zelotes avance na análise de documentos apreendidos nas empresas de Luis Cláudio Lula da Silva



THIAGO BRONZATTO


 Luis Claudio Lula da Silva, um dos filhos do ex-presidente Lula (Foto: Reprodução/Facebook)










O material apreendido no escritório de Luis Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, poderá ser utilizado como prova pela força-tarefa da Operação Zelotes. A decisão foi tomada no último dia 24 de fevereiro pela 2ª Seção do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região. Para os investigadores, documentos recolhidos na sede das empresas LFT Marketing Esportivo e Touchdown Promoção de Eventos Esportivos, de Luis Cláudio, serão importantes para entender por que Luis Claudio recebeu R$ 2,5 milhões do lobista Mauro Marcondes, preso preventivamente há quatro meses na Penitenciária da Papuda, em Brasília.
Em outubro do ano passado, a defesa do filho do ex-presidente protocolou no TRF um mandado de segurança para tentar anular a decisão judicial que autorizou a busca e apreensão em endereços das empresas de Luis Cláudio. O advogado Cristiano Zanin Martins alegou que houve ilegalidade na operação, porque o seu cliente não tinha relação alguma com as investigações da Zelotes. Porém, de acordo com decisão recente assinada pelo desembargador federal Hilton Queiroz, não houve “qualquer ilegalidade, ou abuso de poder”. Com isso, a solicitação da defesa de Luis Cláudio foi denegada.
Na representação do delgado da PF Marlon Cajado, solicitando a deflagração de busca e apreensão na terceira fase da Zelotes, não há qualquer menção ao filho do ex-presidente. O Ministério Público Federal, no entanto, incluiu as empresas de Luis Cláudio como alvos da operação, baseando-se em um relatório produzido pela Receita Federal que apontava um repasse suspeito de R$ 2,4 milhões feito por um lobista para o filho do ex-presidente. O fato chamou a atenção dos procuradores José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho, que assinam a representação.
Em novembro do ano passadoÉPOCA revelou que a Polícia Federal considerou contraditórias e vazias as versões apresentadas nos depoimentos prestados pelo filho do ex-presidente Lula e pelo lobista Mauro Marcondes sobre o repasse de R$ 2,5 milhões. No mesmo mês, o Jornal Nacional mostrou um relatório da PF segundo o qual Luis Cláudio copiou trechos da internet em seu relatório de consultoria prestada para Marcondes. Isso, para os investigadores, era um indícios de que o documento fora montado. Para esclarecer essa dúvida, a PF solicitou acesso ao arquivo original do trabalho, salvo no computado do filho do ex-presidente. O objetivo era checar a data da elaboração do material. O advogado Cristiano Zanin Martins se recusou a fornecer um pen drive, alegando que já entregara uma cópia impressa do relatório à PF.
Procurado, o advogado de Luis Cláudio, Cristiano Zanin Martins, disse que irá recorrer da decisão do TRF ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). "Entemdemos que a decisão de busca e apreensão foi proferida sem nenhum amparo em fatos concretos, mas com base apenas na opinião pessoal de dois membros do Ministério Público", disse.

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