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Há 23 anos o vice-presidente defendia que impeachment nada tinha a ver com golpe.

Por Marlos Ápyus

Em artigo assinado para o Estadão, Miguel Reale Jr, um dos autores do pedido de impeachment que deve dar fim ao mandato de Dilma Rousseff, levantou três pontos  que, julga ele, seriam cruciais perante os argumentos governistas. Além de delinear a culpa da presidente junto aos erros cometidos, e mostrar que há precedentes na justiça brasileira em que o segundo mandato é entendido como uma continuação do primeiro, o jurista achou por bem esclarecer que todo o processo nada tem a ver com golpe. E cita o vice Michel Temer, ainda em 1992, versando sobre todo o processo: “A ideia de crime de responsabilidade não é uma ideia de perseguição ao presidente da República, mas, diferentemente, é uma ideia de pacificação nacional.” Em outras palavras, a punição a tais erros serviria para unificar um país. E nós lembramos muito bem quem andou dividindo a nação para se manter no poder.
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr - Agência Brasil


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