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Tensão aumenta entre EUA e Rússia após sanções

POOL/AFP/Arquivos / SERGEI KARPUKHIN   (Arquivo) O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov


A tensão voltou a aumentar entre Rússia e Estados Unidos após as novas sanções, que parecem acabar com qualquer esperança de melhora das relações entre as duas potências desde o início do mandato de Donald Trump.

A decisão de Moscou de reduzir em quase dois terços o número de funcionários das missões diplomáticas americanas na Rússia - uma medida inédita - não deixa margem para dúvida.

Seis meses depois da posse de Trump em Washington, a lua de mel prometida não aconteceu e a tensão aumentou com o passar dos meses, em uma nova Guerra Fria entre americanos e russos.

"Desejamos um avanço sólido de nossas relações, mas constatamos com pesar que no momento estamos longe deste ideal", afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Sair desta situação requer a vontade de normalizar as relações e renunciar às tentativas de imposição por meio de sanções. Apesar de tudo, o presidente destacou nosso interesse em continuar cooperando onde se encontram nossos interesses", completou.

As relações entre os dois países, já abaladas pelos conflitos no leste da Ucrânia e na Síria, são envenenadas agora pelas acusações de interferência russa durante as eleições presidenciais nos Estados Unidos, que Washington está investigando.

Depois de uma votação quase unânime na semana passada no Congresso americano para impor novas sanções econômicas a Moscou, a Rússia respondeu com a decisão de reduzir drasticamente o número de funcionários das representações americanas em território russo, incluindo diplomatas e equipe técnica.

No domingo, o presidente russo Vladimir Putin apresentou os números da medida, que entrará em vigor em 1 de setembro: as embaixadas e consulados americanos devem ser reduzidos em 755 funcionários, para alcançar a marca de 455, o mesmo número de pessoas nas representações russas nos Estados Unidos.

A decisão, de alcance inédito, envolve o conjunto de funcionários e também afetará os trabalhadores locais.
O Departamento de Estado americano, que denunciou uma "ato lamentável e injustificável", afirmou que está examinando uma resposta.

"Esperamos muito tempo, com a esperança de que a situação pudesse mudar para melhor", disse Putin.
"Tudo indica, porém, que, caso a situação mude, isso não vai acontecer rapidamente", completou.
A imprensa e os analistas russos não esperam uma reconciliação no atual contexto, apesar das promessas de Trump de uma aproximação com a Rússia, deixando para trás a relação ruim da presidência de Barack Obama.

"As medidas adotadas pela Rússia constituem um aumento e um reforço do confronto com os Estados Unidos", disse à AFP o analista Nikolai Petrov.

"A Rússia não dispõe de tantos recursos econômicos e militares para responder (a Washington) com sanções, mas a Rússia pode prejudicar os Estados Unidos no âmbito da política internacional", completou o cientista político, que mencionou a possibilidade de "novos ciberataques".

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