Decisão do Constitucional de Seul, unânime entre os juízes, gerou manifestações a favor e contra Park Geun-hye, que está sob suspeita de corrupção. Duas pessoas morreram nos protestos. Afastamento acontece num momento de tensão na região.
O Tribunal
Constitucional da Coreia do Sul confirmou esta sexta-feira a destituição da
Presidente sul-coreana, depois de Park Geun-hye ter sido acusada de
cumplicidade no caso de corrupção e abuso de poder que envolve a sua amiga Choi
Soon-sil, detida sob acusação de ter extorquido dinheiro de grandes empresas,
beneficiando da sua proximidade à presidência.
Park, que
não compareceu em tribunal, perde de imediato a imunidade presidencial e e
passa a poder ser formalmente acusada pelo Ministério Público.
O país terá
agora ir a eleições no prazo de 60 dias. Cabe ao primeiro-ministro e Presidente
em exercício, Hwang Kyo-ahn, marcar a data para o país eleger um novo chefe de
Estado.
Park, que
tinha sido a primeira mulher a ser eleita Presidente, torna-se assim também a
primeira Presidente eleita a ser afastada por destituição no país. Não
obstante, esta não é uma estreia em casos de corrupção por parte de um
presidente. Todos os presidentes sul-coreanos, da época democrática, viram
familiares envolvidos em casos de corrupção. Em 2004, o Parlamento aprovou o
afastamento do à data líder sul-coreano Roh Moo-hyun, por ter expressado apoio
a um partido. No entanto, as ruas mobilizaram-se contra o processo e o Tribunal
Constitucional acabou por revogar a destituição.
Com um
mandato presidencial até 2018, a destituição de Park traça o seu afastamento
definitivo da Casa Azul, onde já tinha estado durante o governo do seu pai, o
antigo chefe militar Park Chung-hee, uma figura que é idolatrada pelo seu papel
no desenvolvimento económico do país, como condenado pelo regime ditatorial sob
o qual liderou durante18 anos, em desrespeito pelos direitos humanos.
A abertura
do processo de destituição de Park, em Dezembro, recebeu o apoio de 234
deputados, num total de 300, superando largamente o limiar mínimo de dois
terços necessário para que a iniciativa avançasse. A juíza que está actualmente
à frente do Tribunal Constitucional sul-coreano, Lee Jung-mi, disse que Park
violou a lei e a constituição do país e que, apesar das críticas do Parlamento
e da imprensa, terá continuado a ocultar a verdade.
"As
suas acções traíram a confiança das pessoas. São uma grave violação à lei, que
não pode ser tolerada", declarou a juiza. A decisão do tribunal foi
unânime e lida em directo nas televisões. Depois de conhecido o veredicto,
alguns dos apoiantes da Presidente, que aguardavam a deliberação à porta do
tribunal, derrubaram as barreiras de protecção colocadas pelas autoridades, em
protesto. A confusão provocou pelo menos dois mortos, avança a Reuters. Uma das
vítimas mortais, de idade avançada, não resistiu a ferimentos na cabeça. As
causas da segunda morte estão ainda a ser investigadas.
A Coreia do
Sul enfrenta uma crise sem precedentes nos últimos meses. Apesar do seu lugar
na lista do do G-20, o grupo que reúne as maiores economias do planeta, a par
dos seus níveis de competitividade internacional, o rápido crescimento do país
surge manchado por denúncias de corrupção.
As acusações
de corrupção no país atingem ainda o vice-presidente da Samsung, Lee Jae-yong,
que esta quinta-feira começou a ser julgado. O “príncipe herdeiro” da marca
sul-coreana é acusado de ter subornado Choi Soon-sil com quase 40 milhões de
dólares e um cavalo de 840 mil dólares para reforçar o seu poder na empresa.
Para além da
crise política e da queda de um dos empresários da mais importante
multinacional do país (e o terceiro homem mais rico da Coreia do Sul), o
governo sul-coreano vive ainda um clima de tensão com a vizinha China, devido
ao desenvolvimento de armamento nuclear.
Na passada
semana, o Governo chinês deu ordem para se deixar de vender viagens para a
Coreia do Sul. A decisão foi considerada uma retaliação à decisão de Seul de
instalar o sistema de defesa anti-mísseis americano THAAD. A decisão deverá
afectar severamente o turismo da Coreia do Sul. De acordo com dados citados
pela Reuters, metade dos visitantes do país chegam da China.
Fonte:
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