Presidente do Brasil, Michel Temer
| EPA/JOEDSON ALVES
Presidente brasileiro opta por viajar para Portugal antes de ir a Manaus ou Boa Vista, cidades onde ocorreram três chacinas em prisões.
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A presença já confirmada pelo Palácio do
Planalto de Michel Temer no enterro de Mário Soares está a motivar críticas da
imprensa brasileira. Em causa, a gestão da agenda do presidente da República,
cuja ausência nos estados do país - Amazonas e Roraima - onde têm ocorrido
massacres de prisioneiros em penitenciárias desde o dia 1 de janeiro está a ser
sentida e comentada.
"Inexplicavelmente, Temer segue sem
aparecer em Manaus ou Boa Vista [capitais, do Amazonas e do Roraima,
respetivamente] para ver a crise de perto. Em compensação, vai para Esteio, no
Rio Grande do Sul, participar de uma prosaica entrega de ambulâncias. Em
seguida, pode viajar para Lisboa para acompanhar o funeral de Mário
Soares", escreve o editor de política do jornal conservador O Estado de S.
Paulo Marcelo de Moraes. Para concluir: "O governo federal tem enorme
dificuldade para entender a dimensão das crises que enfrenta, no caso dos
massacres em presídios não foi diferente".
Desde o primeiro dia de 2017 já morreram
mais de 100 presos no Brasil, em resultado de uma guerra entre grupos
criminosos organizados, como o Primeiro Comando da Capital, o Comando Vermelho
ou a Família do Norte. Durante a crise, que coloca em xeque o controle do
estado sobre as prisões, houve registos de corpos decapitados, esquartejados,
carbonizados, de corações arrancados e de mortes por asfixia. Aos locais dos
crimes tem ido apenas o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, do PSDB,
partido aliado no governo do PMDB de Temer.
Sobre a morte de Mário Soares, Temer disse
que se tratava, "além de um amigo do Brasil, de um estadista",
"um defensor da democracia e da liberdade". Outros ex-presidentes,
como Dilma Rousseff, Lula da Silva, Fernando Henrique Cardoso e José Sarney,
também expressaram o lamento pela morte do estadista português.
Outra das críticas que está a ser feita a
Michel Temer é o facto de ele viajar para Lisboa ao lado do presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, que ao longo de 2017 vai julgar a
sua perda de mandato, por irregularidades de campanha de 2014, enquanto
candidato a vice-presidente.
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