![Foto](https://lh3.googleusercontent.com/-LGQ5qUM8P44/WGpDh8SdCEI/AAAAAAAABQM/Rqt3ehrjGooAb3y278dXn2ZRIgjK3UZTgCJoC/w530-h332-p-rw/f38c6497f41e7ceb8868386058b2edf026741a3e.jpg)
AFP / AHMAD AL-RUBAYE Forças iraquianas avançam na área de Al-Intisar, leste de Mossul, em 1º de janeiro de 2017
Em meio aos
disparos de armas automáticas e aos helicópteros que atacam extremistas,
mulheres e crianças correm aterrorizadas pelas ruas de Mossul para se esquivar
das balas. Esta cidade do norte do Iraque se tornou um campo de batalha para os
civis.
Muitos deles
tentam fugir destes combates. Outros, mais audaciosos, inconscientes ou
resignados, preferem se trancar em suas casas e colocar uma bandeira branca na
porta para indicar que não estão envolvidos nos confrontos entre as forças
iraquianas e o grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Neste bairro
do leste de Mossul, a segunda maior cidade do país, as hostilidades recomeçaram
na quinta-feira, quando o exército e a polícia lançaram a segunda fase de sua
operação destinada a tomar a cidade dos extremistas sunitas, que a controlam
desde junho de 2014.
Várias
crianças colocaram tudo o que podiam em sacos plásticos que carregam nas
costas. Uma mulher chora enquanto se junta a uma multidão impressionante de
civis. Todos se dirigem a ônibus da polícia que os levará a um lugar seguro.
"Havia
mais famílias" na sexta-feira, constata o tenente-coronel Hisham
Abdulkadhim, das forças de intervenção rápida do ministério do Interior, que
coordena os deslocamentos dos civis.
As ONGs
temem que a atroz batalha de Mossul obrigue mais de um milhão de civis a se
deslocar. Desde o início da ofensiva, no dia 17 de outubro, 120.000 pessoas
abandonaram seus lares.
Nas ruas é
possível ouvir o som de armas e explosões. As forças de intervenção avançam
rapidamente, mas precisam agir com a máxima prudência.
O EI envia
terroristas suicidas em carros carregados com explosivos contra os soldados e
policiais.
Um veículo
Humvee do exército, equipado com mísseis anti-tanque, é encarregado de detectar
estes carros-bomba. Junto dele, um trator desloca blocos de terra para frear os
suicidas.
- 'Sinto
como se voltasse a viver' -
Os
helicópteros sobrevoam a cidade e abrem fogo contra os extremistas, e eles
respondem com disparos de pistolas ou armas automáticas.
Alguns
civis, movidos pela curiosidade, abrem suas portas para ver o que está
acontecendo, mas os soldados pedem rapidamente para que fiquem dentro de suas
casas, protegidos.
![Foto](https://lh3.googleusercontent.com/-T49Tb2VxKGE/WGpDmL-_eHI/AAAAAAAABQk/UTh3mpzbkfo0-B31yXh-REwlLKjchxAUACJoC/w530-h353-p-rw/18449322645f587b8a805ff5d03d94fe7a04ed57.jpg)
AFP / AHMAD AL-RUBAYE Forças iraquianas lutam contra o grupo Estado Islâmico (EI) na área de Al-Intisar, leste de Mossul, no dia 1º de janeiro de 2017
O perigo
está por toda parte, dos bombardeios aos disparos de artilharia e de foguetes.
Alguns dos
habitantes que decidem permanecer em suas casas colaboram com as tropas em seu
avanço.
"Há um
carro-bomba atrás da mesquita", diz um policial depois de obter a
informação de um morador do bairro. A partir de seu Humvee, um soldado percorre
as ruas em busca do veículo, mas não encontra nada.
Enquanto
isso, uma nova coluna de civis sai de um bairro vizinho.
Os
extremistas nos expulsaram, explica assustada Karama Attiyah. "Eles se
escondem em nossas casas", acrescenta.
Os membros
das forças de intervenção rápida transferem os civis para um prédio com uma
bandeira branca na fachada.
Pouco depois
e repentinamente, após o barulho incessante de armas automáticas, é registrada
uma relativa calma. As forças pró-governamentais atingiram seu objetivo na parte
norte do bairro.
Para os
civis que permaneceram em suas casas, a angústia dá lugar a uma breve
tranquilidade e alguns deles se atrevem a sair às ruas.
As crianças,
loucas de alegria, fazem o símbolo da vitória com as mãos.
"Esta é
a primeira vez que saímos em três dias", diz Hasna Yassin. "Sinto
como se voltasse a viver", completa.
Fonte:
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