Dezenas de vítimas teriam sido torturadas, mutiladas, fuziladas. Rússia culpa rebeldes por atrocidades, enquanto ONGs de direitos humanos acusam tropas de Assad e o EI. Alemanha anuncia programa humanitário para Aleppo.
Na cidade
síria de Aleppo, soldados russos encontraram valas comuns com dezenas de
cadáveres de civis. Segundo o Ministério da Defesa em Moscou, algumas das
vítimas apresentavam marcas de tortura e mutilações, outras haviam recebido
tiros.
A descoberta
macabra não é totalmente surpreendente. Nas últimas semanas, organizações
direitos humanos vinham registrando massacres e torturas no ex-reduto rebelde no
norte da Síria.
Ao mesmo
tempo, a responsabilidade pelas atrocidades é controversa. Segundo o porta-voz
do ministério russo Igor Konashenkov, as investigações futuras forçarão os
apoiadores ocidentais da oposição síria a "reconhecer sua responsabilidade
pela crueldade" dos rebeldes.
Algumas
ONGs, por sua vez, responsabilizam pelas mortes as tropas do regime de Bashar
al-Assad, combatentes oposicionistas e membros da organização terrorista
"Estado Islâmico" (EI). O Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseado
em Londres, confirmou que cadáveres haviam sido encontrados nas ruas do leste
de Aleppo, mas sem poder especificar a causa das mortes.
A agência de
notícias russa Sana também divulgou o achado dos cadáveres de 21 civis, entre
os quais cinco mulheres e cinco crianças, na zona leste de Aleppo,
anteriormente sob controle rebelde. "Os corpos foram encontrados em
prisões mantidas pelos grupos terroristas em Sukkari e Al-Kalasseh, executados
por tiros à queima-roupa", noticiou a agência, citando o diretor do centro
médico legal de Aleppo, Zaher Hajjo.
Com o fim
dos combates em torno de Aleppo, a Alemanha iniciará um programa humanitário
para a metrópole síria no valor de 15 milhões de euros. Segundo o ministro
alemão do Desenvolvimento, Gerd Müller, a verba visa assegurar o trabalho de
mil médicos, enfermeiros e traumoterapeutas sírios na região de crise, por dois
anos e meio. Além disso, 200 voluntários serão treinados para terapia do
trauma.
"Depois
que a comunidade internacional observou impotente os assassinatos e
bombardeios, é preciso que haja uma mobilização em grande escala para os seres
humanos de Aleppo", comentou Müller, em entrevista ao jornal Bild. O
ministro alemão apelou para que também a ONU ajude na Síria. "As Nações
Unidas têm agora que assegurar a sobrevivência de centenas de milhares de
pessoas."
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