
AFP / STRINGER
Equipe de resgate carrega corpo de vítima de queda de avião
Partes do
avião militar russo Tu-154 que caiu neste domingo no Mar Negro com 92 pessoas a
bordo foram encontradas nesta segunda-feira a 27 metros de profundidade,
enquanto a equipe de mergulhadores tentava localizar os corpos das vítimas e as
caixas-pretas da aeronave.
"Partes
do avião foram encontradas a 27 metros de profundidade, cerca de uma milha
náutica da costa", declarou uma porta-voz da equipe do ministério russo de
Emergências em Sochi, Rimma Tchernova.
As equipes
do ministério tentam atualmente localizar precisamente onde estão cada
fragmento e seu tamanho, acrescentou.
O Tu-154 do
ministério russo da Defesa caiu dois minutos e 44 segundos após decolar da
estação balneária de Sochi, com destino à Síria, com 92 pessoas a bordo.
As causas do
acidente ainda não foram esclarecidas, mas os investigadores parecem descartar
a pista terrorista.
Uma enorme
operação de busca está em andamento para encontrar os destroços e as caixas
pretas do avião. Mais de 3.500 pessoas, incluindo 150 mergulhadores, 45
embarcações, bem como 5 helicópteros e drones estão em ação.
Onze corpos
e 150 fragmentos de avião foram encontrados até o momento, segundo o ministério
da Defesa.
A catástrofe
provocou uma grande comoção na Rússia, uma vez que várias das vítimas eram do
coro 'Ensemble Alexandrov' - conhecido por suas turnês ao exterior sob o nome
de coro do Exército Vermelho - considerado um dos símbolos do país e um orgulho
nacional.
O ministro
russo dos Transportes, Maxim Sokolov, afirmou nesta segunda-feira, após uma
reunião da comissão especial criada na véspera, que entre as principais
hipóteses na investigação "não está incluída a de ato terrorista".
"Os
motivos podem ser diversos. Os especialistas do comitê de investigação estão
analisando", afirmou, antes de citar um "problema técnico ou um erro
do piloto".
- Dia de
luto -
O presidente
russo Vladimir Putin anunciou um dia de luto nacional para homenagear as
vítimas e pediu uma "investigação minuciosa para determinar as causas da
catástrofe".
De acordo
com o ministério da Defesa, o Tupolev Tu-154 desapareceu dos radares às 5H27
(0H27 de Brasília), dois minutos depois de decolar do aeroporto de Sochi, no
município de Adler, às margens do Mar Negro, com destino à base aérea de
Hmeimim, perto de Latakia, na Síria.
A aeronave
transportava 84 passageiros e oito integrantes da tripulação. Entre as vítimas
estavam 64 membros do Coro Alexandrov, incluindo seu diretor, e oito militares.
Eles
viajavam à Síria para passar o Ano Novo com os soldados russos mobilizados no
país desde setembro de 2015, em apoio ao regime do presidente sírio Bashar
al-Assad, aliado de Moscou.
No avião
também estavam nove jornalistas dos canais de televisão Pervy Kanal, NTV e
Zvezda, dois altos funcionários civis e a diretora de uma organização de
caridade muito conhecida na Rússia, Elizavéta Glinka.
A ativista,
conhecida como "doutora Liza", levava medicamentos para o hospital
universitário de Latakia, informou o diretor do Conselho dos Direitos Humanos
(vinculado ao Kremlin), Mikhail Fedotov, citado pela agência Interfax.
Vários
aviões Tupolev-154 sofreram acidentes nos últimos anos. Em 2010, uma aeronave
deste tipo com 96 pessoas a bordo, incluindo o presidente Lech Kaczynski e
altos dirigentes poloneses, caiu durante a tentativa de pouso na região de
Smolensk (oeste da Rússia). A tragédia não deixou sobreviventes.
O ministério
da Defesa informou que o avião que sofreu o acidente no domingo estava em
operação há 33 anos e tinha 6.689 horas de voo. Havia passado por reparos pela
última vez em dezembro de 2014 e por uma revisão há três meses.
Quase 4.300
soldados russos estão mobilizados na Síria, onde a Rússia reforça sua presença
militar com instalações como a da cidade portuária de Tartus (noroeste), que
supostamente serão transformadas em uma base naval permanente neste país em
guerra desde 2011.
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