Juan Manuel Santos reconhece vitória do não em plebiscito sobre acordo com as Farc e anuncia reunião para determinar próximos passos. Líder da guerrilha lamenta resultado, mas reforça compromisso com a paz.
O presidente colombiano, Juan Manuel Santos,
reconheceu neste domingo (02/10) a vitória do não no plebiscito sobre o acordo
de paz assinado com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e
ressaltou que o cessar-fogo continua em vigor.
"Como chefe de Estado devo garantir a
estabilidade da nação, e esta decisão democrática não pode afetar essa
estabilidade", disse Santos, num pronunciamento televisivo, após o
resultado da consulta popular.
O presidente afirmou que continuará buscando a paz
e ressaltou que o cessar-fogo "bilateral e definitivo", que teve
início em 29 de agosto, continua em vigor. Santos anunciou ainda que se reunirá
com lideranças que apoiaram o não para determinar os próximos passos.
Negociadores do governo foram enviados a Havana
para manter as lideranças das Farc informadas sobre os resultados do diálogo.
"Não vou me render", disse Santos, reiterando que buscará a paz até o
último minuto.
Farc
lamentam resultado
O número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri,
conhecido como Timochenko, lamentou o resultado do plebiscito e assegurou que a
guerrilha manterá seu compromisso com a paz.
"As Farc lamentam profundamente que o poder
destrutivo daqueles que semeiam o ódio e o rancor tenha influenciado a opinião
dos colombianos", disse Echeverri. Ele salientou que a guerrilha, apesar
do resultado, continua buscando a paz.
Numa disputa acirrada, os colombianos rejeitaram
neste domingo o acordo de paz assinado entre o governo e as Farc. Cerca de 13
milhões dos 34 milhões de eleitores foram às urnas para a consulta popular. Do
total, 50,22% votaram contra o acordo de paz e 49,77% a favor do documento.
Desta maneira, foi dada a última palavra sobre o
acordo histórico que colocaria fim ao conflito armado. Com a vitória do não, o
governo fica impedido de pôr em prática as medidas previstas no documento.
Alcançado em agosto em Havana, após quatro anos de
negociações, o acordo foi assinado pelo governo e pelas Farc na
segunda-feira. A cerimônia reuniu
líderes mundiais como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon; o secretário de
Estado americano, John Kerry; além dos presidentes de Cuba, Raúl Castro, do
Equador, Rafael Correa, e do Panamá, Juan Carlos Varela; e do rei Juan Carlos
da Espanha.
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