Uma pesquisa realizada por cientistas de
três universidades dos EUA, ainda em 2007, até hoje nos faz pensar quais
consequências à humanidade poderia enfrentar no caso de eventual guerra nuclear
entre Índia e Paquistão.
Segundo os pesquisadores norte-americanos,
se a Índia e o Paquistão usassem 100 ogivas nucleares (metade do seu arsenal),
com cada uma equivalente ao potencial destrutivo da bomba lançada contra
Hiroshima (15 mil toneladas de TNT), mais de 21 milhões de pessoas morreriam
dentro de uma semana por causa dos efeitos de explosão nuclear, queimaduras e
radiação, e, além disso, uma metade da camada de ozônio seria destruída.
Enquanto as Forças Armadas indianas
combatem campos terroristas ao longo da fronteira, um membro do Parlamento
indiano do partido em poder, Bharatiya Janata Party (BJP ou Partido do Povo
Indiano), Subramanian Swamy, instiga a realização de ataque nuclear. Já o
ministro da Defesa paquistanês ameaça "eliminar" a Índia em
retaliação. Segundo anunciou Swamy, em 23 de setembro, se 100 milhões de
indianos morressem em eventual ataque nuclear paquistanês, a resposta indiana
seria a destruição do Paquistão.
Segundo estimativas, o Paquistão possuía entre 110-130 ogivas
nucleares em 2015 (66% delas instaladas em 86 mísseis balísticos) – número
maior se comparado com os anos anteriores. Já a quantidade de ogivas nucleares
da Índia constitui 110-120 unidades.
De acordo com Sameer Patil, pesquisador
associado do centro de estudos indiano Gateway House, mísseis balísticos de
médio alcance paquistaneses, equipados com ogivas nucelares, poderão atingir as
quatro maiores cidades da Índia – Nova Delhi, Mumbai, Bengalore e Chennai,
incluindo "os maiores postos de comando das Forças Armadas indianas".
© AFP 2016/ JEWEL SAMAD
Ao mesmo tempo, segundo ele, "levando
em consideração que o território paquistanês é menor, é possível que a Índia
ataque as cidades paquistanesas de Islamabad, Rawalpindi, Lahore e Karachi, bem
como as instalações do exército paquistanês no distrito de Nowshera".
Como revelou em 2013 a federação global de
Físicos Internacionais pela Prevenção de Guerra Nuclear (IPPNW), além do
impacto devastador de eventual guerra nuclear indo-paquistanesa, dois bilhões
de pessoas no mundo poderiam enfrentar a fome devido à mudança climática
causada pelo uso de armas nucleares.
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