AFP/Arquivos / Jung Yeon-Je (25 ago) Homem assiste a uma reportagem sobre o teste nuclear norte-coreano, em uma estação de trem de Seul
A Coreia do Norte está pronta para
realizar a qualquer momento um novo teste nuclear, afirmou nesta segunda-feira
o Ministério da Defesa sul-coreano, três dias depois de Pyongyang ter detonado
sua bomba atômica mais potente até hoje.
Na sexta-feira, o regime realizou
seu quinto teste nuclear em Punggye-ri (nordeste).
"Um novo teste (nuclear) pode
ser realizado em um dos túneis (...) Os preparativos foram finalizados",
disse aos jornalistas o porta-voz do ministério, Moon Sang-Gyun.
O funcionário se recusou a dar
maiores detalhes, argumentando questões de segurança, mas disse que as forças
militares estavam prontas para responder a qualquer eventualidade, como
"novos testes nucleares, lançamentos de mísseis balísticos ou provocações
por terra" por parte da Coreia do Norte.
Pyongyang realizou seu primeiro
teste nuclear em 2006 em um primeiro túnel, e os outros quatro em um segundo
túnel.
Em um comunicado no qual apresentou
seu quinto teste como a resposta necessária à ameaça nuclear americana, um
porta-voz do ministério das Relações Exteriores norte-coreano havia anunciado
no domingo que Pyongyang desenvolveria sua dissuasão "em qualidade e
quantidade".
Pyongyang afirmou ter testado na
sexta-feira uma ogiva nuclear que pode ser incorporada a um míssil. A
miniaturização das cargas é um dos aspectos chave de todo programa nuclear
militar, já que a dissuasão depende da capacidade de projeção das bombas.
Os especialistas estimaram em 10
quilotons a energia desprendida do quinto teste, quase o dobro do teste de oito
meses atrás.
"O êxito milagroso" do
programa nuclear norte-coreano significa que o Norte "tem entre suas
garras" as bases americanas do Pacífico, mas também o continente
americano, comemorou nesta segunda-feira o jornal do partido único no poder,
Rodong Sinmun.
Na sexta-feira, o Conselho de
Segurança da ONU decidiu trabalhar em uma nova resolução para impor sanções a
Pyongyang.
- Medidas "fortes" -
A Coreia do Norte, condenada por
desenvolver um programa nuclear balístico, está sujeita a cinco blocos de
sanções, que não conseguiram minar a vontade do regime isolacionista de
desenvolver uma arma atômica.
Sung Kim, representante especial
para a Coreia do Norte do Departamento de Estado americano, explicou no domingo
no Japão que Washington e Tóquio tentavam obter da comunidade internacional
"a medida mais forte possível" para responder a Pyongyang.
O responsável deu a entender que os
Estados Unidos podem adotar novas sanções unilaterais diante do
"comportamento provocador e inaceitável dos norte-coreanos".
Sung Kim deve chegar nesta
segunda-feira a Seul, onde se reunirá na terça com seu colega sul-coreano, Kim
Hong-Kyun.
Washington, informou a agência
sul-coreana Yonhap, também quer mobilizar dois bombardeiros estratégicos B-1B
para sobrevoar a Coreia do Sul.
As Forças Armadas americanas na
Coreia do Sul explicaram que esta operação foi adiada em um dia, para
terça-feira, devido ao mau tempo, embora tenham se recusado a informar que tipo
de avião utilizarão.
"Esta missão tem por objetivo
reforçar o compromisso americano para apoiar seu importante aliado após o teste
nuclear norte-coreano", declarou um porta-voz à AFP.
Washington realizou missões
similares após os testes nucleares anteriores da Coreia do Norte.
Os Estados Unidos também planejam
enviar no próximo mês o porta-aviões a propulsão nuclear "USS Ronald
Reagan" e cinco destróieres às águas territoriais sul-coreanas, no âmbito
de um exercício naval conjunto, acrescentou a Yonhap.
O porta-voz das forças americanas na
Coreia do Sul se negou a confirmar estas informações.
As tropas americanas estão presentes
na Coreia do Sul desde a guerra de 1950-1953, que terminou com um armistício,
sem um tratado de paz.
Fonte:
Deixe o seu comentário clicando no balãozinho no topo da postagem próximo ao titulo.
0 Comentários