Evento convocado pelo governo conta com presença até de representantes da oposição. Multidão demonstra apoio à repressão pós-golpe conduzida pelo presidente contra supostos conspiradores.
Centenas de
milhares de pessoas participam neste domingo (07/08) em Istambul de um comício
convocado pelo presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em repúdio à
tentativa de golpe de Estado no último dia 15 de julho. Agências de notícias
falaram em mais de um milhão de pessoas.
Um mar de
bandeiras turcas tomou conta do porto Yenikapi, na capital turca, no evento
nomeado de "Encontro pela democracia e os mártires". A passeata
representa uma demonstração de força de Erdogan diante das críticas da União
Europeia (UE) e dos Estados Unidos sobre a repressão em massa conduzida pelo governo
turco contra supostos conspiradores.
Alguns dos
cartazes levantados pela multidão diziam "Erdogan é um presente de
Deus" e "Morreríamos pelo presidente". O comício organizado pelo
partido de Erdogan, o AKP, foi aberto com o hino nacional e deu lugar a uma
oração em homenagem aos 240 civis e forças leais ao governo que foram mortos na
noite da tentativa de golpe. Vários dirigentes turcos se juntaram ao comício,
incluindo o primeiro-ministro, Binali Yildirim.
Em discurso,
Erdogan afirmou que se for vontade da população, os partidos devem aprovar a
implementação da pena de morte no país. "Se a nação tomar tal decisão,
acredito que os partidos políticos vão respeitá-la", declarou. "É o
Parlamento turco que vai decidir sobre isso, de acordo com a soberania da
nação. Declaro, de antemão, que irei aprovar a decisão feita pelo
Parlamento."
O comandante
das forças armadas turcas, Hulusi Akar, disse que os "traidores" que
conduziram o golpe serão punidos da forma mais severa possível.
Erdogan
também criticou a Alemanha, que proibiu que o presidente turco participasse,
por meio de uma mensagem em vídeo, de um protesto em apoio a seu governo na
cidade alemã de Colônia. "Onde está a democracia?", questionou.
"Ameaça
não está superada"
Essa é a
primeira vez em décadas que os principais partidos da oposição turca se juntam
a uma manifestação pró-governo. A exceção é o partido HDP, pró-curdo, que não
foi convidado por supostas ligações com o Partido dos Trabalhadores do
Curdistão (PKK), que o governo classifica como terrorista.
Neste
sábado, Erdogan declarou que "a ameaça do golpe ainda não foi
superada". O presidente turco prometeu continuar com os expurgos na
administração pública para afastar simpatizantes do teólogo Fethullah Gülen,
exilado nos Estados Unidos, quem responsabiliza pela tentativa de golpe.
Desde a
então, mais de 15 mil pessoas foram presas e cerca de 50 mil, a maioria do
setor da educação, foram afastadas dos cargos.
Fonte:
Deixe o seu comentário clicando no balãozinho no topo da postagem próximo ao titulo.
0 Comentários