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REUTERS/MIKE HUTCHINGS

Rapaz foi atingido a tiro por militares, alegadamente porque estava a contestar a demolição da casa dos pais

As Forças Armadas Angolanas (FAA) anunciaram uma investigação para "esclarecimento" do "grave acidente" que, durante a demolição de centenas de casas nos arredores de Luanda, terminou na morte de um rapaz de 14 anos, atingindo a tiro.

A posição surge num comunicado hoje divulgado pela Estado-Maior General das FAA, aludindo ao incidente ocorrido a 5 de agosto no bairro Walale, na zona do Zango II, no município de Viana.

O caso tem motivado forte contestação pública na sociedade angolana nos últimos dias, exigindo uma investigação ao sucedido e apoio à família do rapaz que, segundo relatos de outros populares, estaria a opor-se à demolição da casa dos pais. Terá sido atingido no pescoço por um dos disparos feitos pelos militares - que coordenam as operações - para dispersar a multidão que contestava as demolições, descreveram as testemunhas.

O Estado-Maior General justifica as demolições porque os "cidadãos ocupavam indevidamente o perímetro de segurança do novo aeroporto internacional de Luanda, em construção", quando "foi atingido mortalmente um adolescente de 14 anos".

"O Estado-Maior General alerta a população para evitar afrontar os militares, com armas de fogo, como ocorreu nesse trágico acidente, onde foram capturadas duas armas", refere o mesmo comunicado.

O incidente com o menor envolveu efetivos da Região Militar de Luanda, que é comandada pelo tenente-general Simão Carlitos "Wala".

Segundo dados preliminares avançados à Lusa pela organização não-governamental angolana SOS Habitat, as demolições afetaram cerca de 2.500 famílias no Zango II e mais de 620 residências no Zango III, áreas nos arredores de Luanda.

A Human Rights Watch pediu na quarta-feira uma investigação "imediata e imparcial" à morte do rapaz, recordando que foi atingido a tiro por militares durante um "protesto pacífico".

Em comunicado enviado à Lusa, aquela organização internacional de defesa dos direitos humanos afirma que o uso pelo Governo de polícia militar numa "manifestação contra a demolição de casas", para um projeto de desenvolvimento, "levanta sérias preocupações sobre o uso desnecessário das forças de segurança da força letal".

O comunicado do Estado-Maior General das FAA acrescenta que "estão em curso medidas que evitem a ocorrência de situações semelhantes no futuro".


"Sendo que as Forças Armadas Angolanas têm como principal missão a defesa da Nação, onde a população é um dos elementos fundamentais, que merece todo o nosso respeito, proteção e dedicação, lamentamos profundamente o sucedido", conclui o comunicado do Estado-maior.



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