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A BEM COMPORTADA POPSTAR CHINESA


Com carreira patrocinada pelo governo, Ruhan Jia quer fazer sucesso no mercado mundial

May S. Young

Ruhan Jia em apresentação em Nova York: “Tudo o que eu fazia era ir para a escola e estudar música”

Psy, astro sensação do K-pop (a música popular coreana) e rei das visualizações no YouTube, alcançou um nível incomum de sucesso no Ocidente. Embora ele possa ser o melhor exemplo de um cantor pop da Ásia rompendo o chamado “teto de bambu” (barreiras encontradas pelos asiáticos nos EUA) , artistas asiáticos enfrentam dificuldades enormes para atrair fãs em países de língua inglesa.
A cantora pop chinesa Ruhan Jia espera alcançar um tipo de sucesso como o do “Gangnam Style” de Psy – um feito que parecia impossível. Mas Ruhan tem uma arma secreta: o apoio do Partido Comunista da China.
De acordo com informações biográficas do seu site oficial, Ruhan começou a estudar música aos 4 anos. Ela iniciou com o piano, depois mergulhou nos clássicos, jazz e dança popular chinesa aos 6. Ruhan fez a transição para o canto da ópera chinesa com apenas 9 anos e adicionou o “bel-canto” ao seu repertório aos 10 anos.
No Conservatório de Música Chinesa, Ruhan fez jus a suas habilidades de soprano antes de entrar no Conservatório de Música de Xangai – uma das mais respeitadas instituições musicais do país.
“Eu cresci em algo como um campo de trabalho. Meus país me estimularam com muito rigor”, disse Ruhan. “Tudo o que eu fazia era ir para a escola e estudar música.”
Poder suave
Ruhan acabaria se apresentando por todo o planeta, e sua ascensão incluiu colaborações com o famoso compositor Damon Albarn (conhecido por seu trabalho com Blur e Gorillaz), a gravação da canção tema das Olimpíadas de Pequim em 2008 e participação no álbum “Calling All Dawns”, ganhador do Grammy em 2011.
Seu sucesso internacional atraiu a atenção da gravadora Shanghai Synergy – instituição apoiada pelo Estado que está produzindo uma série de dez álbuns “Música da Terra” como parte do 12º Plano Nacional Quinquenal de Desenvolvimento Econômico da China.  A Shanghai Synergy enquadra-se nos objetivos de Ruhan, como única artista do grupo, e em sua biografia ela afirma que a meta “é lançar essas produções no mercado mundial”.
O vice-presidente da Shanghai Synergy’, Bill Zhang, enfatizou a importância da música na projeção do “poder suave” (soft Power) da China. “Se você tem uma economia forte, as pessoas pensam em você como um grande país, e nós temos uma economia forte”, disse Zhang à britânica BBC. “Mas somente quando você é forte culturalmente você é visto como uma superpotência.”
Apesar de ter meio milhão de seguidores no Weibo (a versão chinesa do Twitter), o álbum de estreia de Ruhan, “Time To Grow”, não vendeu tão bem como se esperava – mesmo tendo sido elogiado em uma resenha no Amazon, na qual recebeu cinco estrelas.
Persona musical
Ruhan – que não bebe, fuma ou vai a danceterias – representa um forte contraste em relação a cantores do meio artístico no Ocidente. Recentemente, por exemplo, o ídolo pop e campeão de vendas Justin Bieber foi preso por dirigir alcoolizado e participar de rachas numa rua (embora essas acusações tenham sido posteriormente reduzidas a uma outra, de menor gravidade: resistência à prisão). A inocência dela é quase cômica, e um perfil de um programa da BBC chegou a citar como seu ato mais rebelde chutar sapatos num concerto.
Com a meta de se reinventar como cantora pop, Ruhan teve de distanciar-se do canto no estilo clássico e da ópera. Sua gravadora oferece mensalmente ao mercado uma grande quantidade de CDs de artistas ocidentais populares – de Elvis a Ke$ha. Em um caderno com as letras das músicas, Ruhan faz anotações sobre que sentimentos deve expressar para a plateia – acrescentando mais uma camada  de esterilização à sua imagem feita para exportação.
Quando lhe perguntaram por que foi escolhida para ser a menina da vitrine do pop chinês, Ruhan disse à BBC que foi provavelmente porque sua persona musical está de acordo “com a imagem do governo chinês”.
“O governo definitivamente quer ser número 1 em tudo”, disse Zhang em uma entrevista à Bloomberg em 2012. “Mas para encontrar artistas que se encaixem, que falem inglês, não há muito onde escolher. Então, nós escutamos a canção de Ruhan. Nós não tínhamos ouvido antes esse modo de cantar.”
Somente o tempo dirá se Ruhan Jia vira moda no Ocidente. Mas com o Partido Comunista por trás dela – e se contrapondo a artistas como Cui Kian – não espere nenhuma canção de protesto chegando à parada das dez mais.

Tradução Maria Teresa Souza

Texto originalmente publicado em The Diplomat, revista on-line dedicada à cobertura da Ásia com temas como política, economia, cultura e direitos humanos na região.

                                         Fonte:
Samuel




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