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POR PEDRO VENCESLAU, RICARDO BANDT, VALMAR HUPSEL FILHO E FAUSTO MACEDO


Maior empreiteira do País, no dia em que foi alvo de mais uma fase das investigações de corrupção na Petrobrás admitiu em nota oficial acordo de 'colaboração definitiva' de seus executivos com o Ministério Público Federal; presidente afastado está detido desde 19 de junho e foi condenado em um dos processos a 19 anos de prisão
Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, em Curitiba. Foto: Cassiano Rosário/Futura Press
Marcelo Odebrecht, preso desde 19 de junho de 2015, em Curitiba. Foto: Cassiano Rosário/Futura Press
Os executivos da maior empreiteira do País decidiram buscar o acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. O empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht, preso na Operação Erga Omnes, desde 19 de junho de 2015, está entre os que devem fazer a colaboração. O acordo depende do aval e da eventual homologação no Supremo Tribunal Federal, se o benefício foi fechado com a Procuradoria Geral da República, ou do juiz federal Sérgio Moro, em caso de acordo com os procuradores de Curitiba.
Pesou na decisão da empresa, que já está negociando acordo de leniência com a Controladoria-Geral da União, a deflagração da operação Xepa, nesta terça-feira, 22.
Em nota oficial divulgada nesta terça-feira, 22, a Odebrecht admitiu que decidiu por “uma colaboração definitiva” com as investigações da Operação Lava Jato. O anúncio foi feito no dia em que a força-tarefa chegou ao suposto deparamento responsável pelos pagamentos de propina.
A Operação Xepa, 26ª etapa da Lava Jato, tem base essencialmente na colaboração da primeira pessoa ligada ao grupo, a ex-secretária da Odebrecht Maria Lúcia Guimarães Tavares. Presa em fevereiro na operação Acarajé, que teve como alvo o marqueteiro João Santana, das campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (2006) e Dilma Rousseff (2010/2014), Maria Lúcia revelou a existência de um departamento hierarquizado responsável pelos pagamentos sistematizados de propina da empreiteira. Na residência da ex-secretária, a Polícia Federal apreendeu um programa de computador com os arquivos dos pagamentos ilícitos.
Também teve peso na decisão dos executivos da construtora em fazer a delação  a condenação do empreiteiro Marcelo Bahia Odebrecht.  Acusado de lavagem de dinheiro, corrupção ativa e associação criminosa, Odebrecht foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão.
Em nota, os procuradores da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, negaram “qualquer acordo”. “O MPF não fez acordo com a Odebrecht ou seus executivos e qualquer acordo, neste momento, será restrito às pessoas que vierem antes e cuja colaboração se revelar mais importante ao interesse público.”

COM A PALAVRA, A ODEBRECHT
Leia a íntegra da nota divulgada pela Odebrecht:
“Compromisso com o Brasil
As avaliações e reflexões levadas a efeito por nossos acionistas e executivos levaram a Odebrecht a decidir por uma colaboração definitiva com as investigações da Operação Lava Jato.
A empresa, que identificou a necessidade de implantar melhorias em suas práticas, vem mantendo contato com as autoridades com o objetivo de colaborar com as investigações, além da iniciativa de leniência já adotada em dezembro junto à Controladoria Geral da União.
Esperamos que os esclarecimentos da colaboração contribuam significativamente com a Justiça brasileira e com a construção de um Brasil melhor.
Na mesma direção, seguimos aperfeiçoando nosso sistema de conformidade e nosso modelo de governança; estamos em processo avançado de adesão ao Pacto Global, da ONU, que visa mobilizar a comunidade empresarial internacional para a adoção, em suas práticas de negócios, de valores reconhecidos nas áreas de direitos humanos, relações de trabalho, meio ambiente e combate à corrupção; estabelecemos metas de conformidade para que nossos negócios se enquadrarem como Empresa Pró-Ética (da CGU), iniciativa que incentiva as empresas a implantarem medidas de prevenção e combate à corrupção e outros tipos de fraudes. Vamos, também, adotar novas práticas de relacionamento com a esfera pública.
Apesar de todas as dificuldades e da consciência de não termos responsabilidade dominante sobre os fatos apurados na Operação Lava Jato – que revela na verdade a existência de um sistema ilegal e ilegítimo de financiamento do sistema partidário-eleitoral do país – seguimos acreditando no Brasil.
Ao contribuir com o aprimoramento do contexto institucional, a Odebrecht olha para si e procura evoluir, mirando o futuro. Entendemos nossa responsabilidade social e econômica, e iremos cumprir nossos contratos e manter seus investimentos. Assim, poderemos preservar os empregos diretos e indiretos que geramos e prosseguir no papel de agente econômico relevante, de forma responsável e sustentável.
Em respeito aos nossos mais de 130 mil integrantes, alguns deles tantas vezes injustamente retratados, às suas famílias, aos nossos clientes, às comunidades em que atuamos, aos nossos parceiros e à sociedade em geral, manifestamos nosso compromisso com o país. São 72 anos de história e sabemos que temos que avançar por meio de ações práticas, do diálogo e da transparência.
Nosso compromisso é o de evoluir com o Brasil e para o Brasil.”


Fonte:



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