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mediaJoaquim Levy (e), quando ocupava o Ministério da Fazenda, e seu substituto, Nelson Barbosa, em imagem de arquivo.Valter Campanato/Agência Brasil
O jornal espanhol El País repercute neste sábado (19) a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda, que será substituído por Nelson Barbosa, ministro do Planejamento. O diário afirma que a decisão "gerou ainda mais turbulências na instável economia brasileira".
"A bolsa caiu 2,14% e o dólar subiu a ponto de ser vendido a R$ 4": escreve o correspondente do El País em São Paulo, Antonio Jiménez Barca. Para o jornalista, esse é um exemplo de como a política interfere e agrava a crise econômica brasileira "com números cada vez mais alarmantes". Ele ressalta que a previsão de inflação se aproxima de 10%: "algo impensável há um ano".
El País ressalta que a saída de Levy foi um segredo revelado a conta-gotas. Durante um encontro com jornalistas nesta sexta-feira (18), o ministro admitiu que havia conversado com a presidente Dilma Rousseff sobre "sua mais que possível saída". Um dia antes, em uma reunião do Conselho Nacional Monetário, ele confessou, segundo testemunhos, que não assistiria à próxima sessão do organismo em janeiro.
Última e definitiva desavença
Segundo o diário espanhol, a última e definitiva desavença entre entre Dilma e Levy ocorreu na quinta-feira (17). Ele queria destinar 0,7% do PIB brasileiro, equivalente a R$ 42,8 milhões para quitar dívidas. Mas o Congresso, com apoio do governo, aprovou reservar apenas 0,5% do PIB, ou seja, R$ 30,5 milhões.
El País ressalta que Levy propôs, então, enxugar o Bolsa Família, "um dos programas sociais mais populares dos governos Rousseff e Lula". Mas Dilma decidiu que, apesar da crise econômica, o Bolsa Família é intocável. "Levy sentiu que não tinha mais lugar no governo", escreve o jornal.
Para o jornal espanhol, a notícia de que o Congresso brasileiro e o governo fizeram pouco caso de Levy "serviu de detonador" para que a agência Fitch rebaixasse a nota soberana do Brasil na quinta-feira. "O mercado responde, assim, a recusa sofrida pelo ministro que, até agora, era aliado do Governo Rousseff", publica.
Conclusão, segundo El País: Dilma está mais do que nunca com as mãos atadas, diante do processo de impeachment que pode tirá-la do cargo, da crise econômica e da falta de aliados.


Fonte:



Brasil






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