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Por Guilherme Machado - iG São Paulo


Mães tentam explicar para os filhos as dificuldades e impor limites, mas ainda é difícil satisfazer as vontades de muitos

Adriana conversa com seu filho sobre a possibilidade de presentes
Reprodução/Divulgação
Adriana conversa com seu filho sobre a possibilidade de presentes "pois existem as prioridades"
Em ano de crise, este Dia das Crianças não será como os anteriores na casa da administradora de empresas Carla Batista, mãe de Thiago, 14. “Neste Dia das Crianças combinamos que não vou dar presente, porém darei no Natal um presente um pouco melhor”, conta. Ela explica que a família está com as contas apertadas por conta da questão financeira do País, e acabou avaliando que “não valia a pena comprar uma besteira". 
A decisão de Carla coincide com os resultados de uma pesquisa realizada pela empresa de créditos Boa Vista SCPC. A crise econômica (permeada pelo queda no nível de emprego e renda) é apontada como o principal motivo para a previsão negativa do varejo. O levantamento mostra também que 59% das pessoas pretendiam gastar menos ou gastar a mesma quantia que em 2014. Outro estudo, produzido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostrou que 41,2% dos consumidores brasileiros pretendiam gastar menos e que a expectativa média de gastos era 43% menor em comparação ao ano passado.
“Eu sou viúva, estou morando com meus pais. Aí, juntando os gastos que tenho, mais essas datas, vai ficando complicando, pois existem as prioridades”, relata nutricionista Adriana Miranda, mãe de um menino de 7 anos. 
O economista da Boa Vista SCPC Flávio Calife esclarece que a desconfiança do consumidor em relação ao mercado é que gerou essa redução. "Normalmente essas datas acompanham o ritmo do que vem acontecendo ao longo do ano, então o efeito que ela tem no comércio é mais ou menos esperado dentro do determinado ano”, explica Calife.
Apesar de problemas, mães se endividam para satisfazer filhos
Mesmo com situação econômica apertada, muitas mães ainda complicam suas situações financeiras para satisfazer as vontades dos filhos. Em um levantamento sobre comportamento de consumo divulgado pelo SPC, foi constatado que 4 em cada 10 (36,7%) mães ouvidas já ficaram endividadas de alguma forma por conta de compras que fizeram para os filhos e 9,9% já deixaram de comprar produtos importantes para a casa ou de pagar alguma conta porque compraram algo que viram na mídia.
“Muitas vezes a mãe dá o presente para que os filhos se sintam em um padrão de vida melhor do que o da própria mãe”, afirma Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil, ao ponderar que muitas vezes as pessoas sentem que os presentes são melhor do que a convivência. A economista também alerta que acostumar um filho com um padrão maior do que a família de fato possui é perigoso, pois a criança começa a acreditar que aquele é o seu padrão e isso pode gerar complicações no futuro.
Carla Batista diz que seu filho pede muitos presentes, “praticamente todos os dias”. No entanto, ela afirma que sempre propõe um diálogo. “Ele aceita [não ganhar o presente], questiona muito, mas acaba aceitando. Ele entende quando a situação está difícil”, relata a mãe.
“Se eu vejo que ele quer muito uma coisa e eu tenho condições eu vou e compro”, afirma Adriana Miranda, que diz sempre avaliar se sua situação financeira possibilita a compra de um presente e que impões limites para o filho também. “Ele tem noção [dos problemas], tem certas crianças que fazem exigências para os pais que eu não entendo”, diz.
Como não ter problemas financeiros comprando presentes para os filhos?
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Segundo a economista Marcela Kawauti, é importe que as crianças tenham uma educação financeira desde sempre, e não só em datas comemorativas. “Essa criança é um adulto em formação, em algum momento, ela vai ter que enfrentar esses problemas na vida adulta”, explica a especialista, complementando que é importante que se tente até passar uma noção para criança sobre o que está acontecendo no País.
A visão é também defendida pelo economista Flávio Calife. “É importante que em um momento mais complicado, que os pais estão até sem emprego, a criança tem de entender que há uma necessidade de se conter as despesas”, discorre.
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A comerciante Cristina Justa, mãe de dois filhos, afirma que os filhos não costumam pedir presentes e que ela desde sempre evitou estimular o consumo. “Eu sou um pouco contra. Eu sempre achei desnecessário dar muitos presentes para as crianças. Então eles já cresceram um pouco com essa cabeça”, diz. Ela também acredita que existe uma idade em que as crianças não entendem muito essas questões, e que hoje os filhos já entendem um pouco mais.
Veja dicas dadas pelos economistas Marcela Kawauti e Flávio Calife:
- Faça um orçamento e se mantenha dentro dele: não saia de casa sem antes conferir o quanto vai gastar e quanto pode gastar. Sempre siga o padrão possível.
Pague à vista: com dinheiro na mão o consumidor aumenta seu poder de barganha e também evita dívidas e contas, como crediário.
Proponha trocas inteligentes: um passeio no parque, uma ida ao cinema ou um jantar, podem sair mais barato e satisfazer uma criança tanto quanto um presente e pode gerar novos laços afetivos.
Observe as promoções: além de observar os preços, procure promoções e outras possibilidades de compra.


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