Fernando Rodrigues
É o maior fracasso do mercado de saúde no Brasil
Empresa tem 744 mil clientes e fatura R$ 2,7 bi ao ano
Clientes estão protegidos durante a transição
A crise no sistema de saúde complementar no Brasil se agravou hoje com a decisão da ANS sobre a Unimed Paulistana. A operadora terá de entregar sua carteira de clientes para um outro administrador em 30 dias, a contar da data da notificação, publicada nesta 4ª feira (2.set.2015) no “Diário Oficial da União”.
Essa entrega dos clientes para outro operador é a chamada “alienação'' compulsória, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar. Eis o trecho que trata da Unimed Paulistana no “Diário Oficial'' (clique na imagem para ampliar):
A troca obrigatória do controlador terá de ocorrer, segundo a ANS, por causa de “anormalidades econômico-financeiras e administrativas graves que colocam em risco a continuidade do atendimento à saúde”. Estão suspensas as vendas de planos de saúde da Unimed Paulistana.
Pelo porte da empresa, trata-se do maior fracasso financeiro de uma operadora de saúde complementar da história brasileira.
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar em um comunicado distribuído nesta 4a feira (2.set.2015), “a Unimed Paulistana possui aproximadamente 744 mil beneficiários, em sua maior parte residente no município de São Paulo, e dos quais 78% estão em planos coletivos (empresariais e por adesão)”.
Quando se considera uma mensalidade média de R$ 300 por cliente, a Unimed Paulistana fatura em torno de R$ 2,678 bilhões por ano.
No ranking das maiores empresas de saúde publicado pelo jornal “Valor”, a Unimed Paulistana aparece na 5ª posição em 2014. E a 4ª com o maior lucro operacional. As tabelas estão ao final deste post.
Os clientes da Unimed Paulistana estão preservados no período de transição para um novo operador da empresa.
A ANS informou que a nova operadora interessada em assumir a carteira de 744 mil clientes “deverá possuir situação econômico-financeira adequada e manter as condições dos contratos sem prejuízos aos consumidores”. Será dada prioridade a alguma outra Unimed.
Caso nenhuma das Unimed (uma rede de cooperativas de prestação de serviços de saúde complementar) se interessar, a ANS fará uma oferta pública “para que operadoras interessadas ofereçam propostas de novos contratos aos beneficiários da Unimed Paulistana”.
Esse negócio bilionário deve abrir espaço para outras operadoras de fora do sistema Unimed para assumir uma parte dos 746 mil clientes da empresa quebrada.
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