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Atualizado em 25 de maio, 2014 - 08:49 (Brasília) 11:49 GMT
Os ucranianos vão às urnas neste domingo eleger um novo presidente para o país. Ele irá suceder ao ex-presidente Viktor Yanukovych, deposto pelo Parlamento em fevereiro deste ano.
A onda de violência entre militantes partidários da Rússia na região leste do país é uma das grandes ameaças ao pleito. Mas, se tudo correr bem, a eleição poderá se transformar no momento decisivo da crise que o país atravessa, acreditam analistas.
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Saiba quem são os candidatos e quais os principais riscos envolvendo a votação.
A eleição vai acontecer?
O governo da Ucrânia não está poupando esforços para que a eleição se materialize. No entanto, já admitiu que talvez não seja possível realizar a votação nos territórios da região leste controlados por grupos partidários da Rússia.
Tais grupos prometeram prejudicar a votação e há informações de autoridades eleitorais sendo intimidadas e escritórios da Comissão Eleitoral sendo invadidos por ativistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.
Na Crimeia, que foi anexada pela Rússia após um referendo em março, não haverá votação.
Não há exigência de um comparecimento mínimo. Se nenhum dos candidatos conseguir mais de 50% dos votos, será realizado um segundo turno no próximo dia 15 de junho.
Quem são os principais candidatos?
O bilionário Petro Poroshenko segue como favorita na disputa, com a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko em segundo lugar.
Poroshenko é um magnata do setor de doces conhecido como "rei do chocolate". Ele também é o dono do popular canal de televisão 5 Kanal TV.
Poroshenko conta com o apoio do ex-ministro do Interior Yuriy Lutsenko e também de Vitaliy Klitschko, um ex-campeão de boxe que decidiu entrar para a política.
O manifesto eleitoral de Poroshenko promete dar mais autoridade para as regiões, uma tentativa de diminuir as tensões no leste, na avaliação de especialistas. Ao mesmo tempo, ele promete preservar a Ucrânia, mantendo o país como um Estado unitário.
A ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, uma figura carismática porém polarizadora, é uma das críticas ferozes do ex-presidente Viktor Yanukovych. Ela foi presa durante o governo do ex-presidente, decisão que foi muito criticada e descrita como uma prisão por motivações políticas.
Ela foi libertada depois da deposição de Yanukovych.
Em sua campanha, Tymoshenko chamou o presidente russo, Vladimir Putin, de inimigo "número um" da Ucrânia. Ela prometeu reduzir a dependência do país em relação ao vizinho "hostil", particularmente no setor de energia.
Quem mais concorre à presidência?
Inicialmente 23 candidatos se registraram para concorrer à presidência, mas cinco desistiram da disputa. Entre eles está o parlamentar pró-Rússia Oleh Tsaryov e o líder do Partido Comunista Petro Symonenko, que acusou o novo governo ucraniano de 'assédio'.
Entre os que ainda estão concorrendo está Dmytro Yarosh, que é procurado na Rússia acusado de terrorismo. Ele é o líder do partido ultranacionalista Setor Direito, que teve papel importante na queda do presidente Yanukovych.
O partido de Yanukovych, Partido das Regiões, nomeou o ex-prefeito de Kharkiv e governador Mykhaylo Dobkin como seu candidato, mas o parlamentar Serhiy Tyhypko, que foi expulso deste partido recentemente, também está concorrendo.
Por que a eleição é importante?
Autoridades na Rússia e opositores ucranianos afirmam que o novo governo só chegou ao poder derrubando o presidente Yanukovych, e, por isso, é ilegítimo.
Há a esperança de que, uma vez que o presidente interino Oleksandr Turchynov seja substituído pelo presidente eleito, as autoridades ucranianas ganhem maior legitimidade e confiança, necessárias para encerrar meses de crise.
No entanto, os poderes do presidente foram reduzidos de forma significativa depois que Viktor Yanukovych fugiu da Ucrânia. O próximo presidente poderá nomear ministros do Exterior e da Defesa, além do promotor mais importante e o chefe do serviço de segurança, mas as nomeações terão de ser submetidas à aprovação do Parlamento.
O resto do gabinete de governo será apontado pelos parlamentares.
O presidente também não pode mais desfazer o gabinete de governo, mas terá o poder de dissolver o Parlamento.
Como fica a Rússia? E o Ocidente?
A Rússia condenou o que chamou de "operação de punição" da Ucrânia contra os moradores do país que falam russo e questionou a decisão de realizar uma eleição enquanto o país ainda está em crise.
Apesar disso, o presidente Vladimir Putin afirmou publicamente que a eleição é "um passo na direção certa" e acrescentou que acatará o resultado.
Entretanto, o governo interino ucraniano e as potências ocidentais acusam a Rússia de estimular as tensões no país. A suspeita é de que o governo russo possa tentar sabotar a eleição em um esforço para enfraquecer o governo ucraniano e aumentar sua influência sobre o país vizinho.
"Se observarmos a continuidade dos distúrbios e da desestabilização, de uma forma tão grave que impeça as eleições em 25 de maio, não teremos escolha a não ser aplicar sanções adicionais e mais duras (contra a Rússia)", afirmou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
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