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Edifícios históricos vão virar refúgios para abelhas na Itália
Marcelo Crescenti
De Milão para a BBC Brasil
Atualizado em 25 de abril, 2014 - 13:24 (Brasília) 16:24 GMT
O famoso Teatro Scala e o secular Castelo Sforzesco estão entre os prédios históricos da cidade de Milão, na Itália, cujos tetos deverão ser usados como refúgios urbanos para abelhas.
A prefeitura de Milão planeja ocupar o espaço vago nos tetos de diversos marcos da cidade com colmeias de abelhas. A ideia é da associação Milleapi (mil abelhas, na tradução literal), que promove a apicultura na metrópole italiana, e tem o apoio do conselho municipal da Zona 1, que abrange o centro histórico da cidade.
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A apicultura urbana já é praticada em várias metrópoles como Nova York, Hong Kong, Tóquio e Paris. Sua finalidade é aumentar a biodiversidade em centros urbanos e também permitir a polinização de plantas e árvores nas cidades.
Em Milão, a novidade é que edifícios-símbolo da cidade, como o Scala e o Sforzesco, servirão como base para o projeto. Colmeias deverão ser instaladas também em outros prédios históricos, como o Aquário Cívico e o Palazzo Marino, residência da prefeitura milanesa.
Museus como a Triennale, de Design, e o Museu de História Natural também estão sendo cogitados como possíveis refúgios de abelhas. Os lugares definitivos serão escolhidos por especialistas da prefeitura.
A secretária de Meio Ambiente de Milão, Chiara Bisconti, diz que o projeto se integra aos planos da prefeitura de tornar a metrópole mais verde: "É uma contribuição para a biodiversidade no centro."
Poucas picadas
Michele Tagliabue, da associação Milleapi, explica que o ambiente urbano é muito apropriado para as abelhas: "Aqui não há os inseticidas que são usados na agricultura. Além disso, as cidades tendem a ter um clima mais ameno, o que propicia um período de atividade biológica mais longo do que nas áreas rurais".
O apicultor diz que os moradores não precisam ter medo das abelhas: "Não se tratam de vespas, que são carnívoras e tendem a picar mais. E nós podemos escolher raças de abelhas com linhas genéticas menos agressivas para povoar as colmeias urbanas".
Cada teto escolhido deverá receber seis colônias de abelhas e 5 quilos de cera biológica para iniciar o projeto, assim como os apetrechos necessários para retirar o mel produzido. O produto será recolhido e levado para um centro de apicultura próximo a um dos principais parques da cidade, o Parco Sempione.
O objetivo do projeto é também aumentar a população de abelhas na Itália. "Registramos uma queda no número de abelhas pelo uso errado de inseticidas rurais, por mudanças climáticas e por doenças epidêmicas", diz o especialista Giacomo Lorenzini, professor da Universidade de Pisa.
"O problema não atinge tanto as abelhas produtoras de mel, mas está afetando boa parte das 950 espécies de abelhas que abitam o país", afirma.
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