Dificuldades foram relatadas durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Natal
Roberto Campello
Roberto_campello1@yahoo.com.br
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Em greve há quase um mês, desde o dia 15 de outubro, os servidores municipais que trabalham no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) Natal compareceram à Câmara Municipal de Natal, na manhã desta terça-feira (12) para discutir as condições de trabalho vivenciadas no dia a dia de trabalho. A audiência foi proposta pelo vereador Aroldo Alves e contou com a participação de representantes da Secretaria Municipal de Saúde, coordenadoria do Samu Natal e vários servidores municipais, que estão em greve.
A diretora do Sindicato dos Servidores em Saúde do Rio Grande do Norte (Sindsaúde/RN), Célia Dantas, conta que a empresa TRD recebe R$ 640 mil por mês da Prefeitura de Natal para manutenção das ambulâncias, aquisição de equipamentos e medicamentos. “Mas isso não está acontecendo. Todos os dias têm ambulâncias com problemas.
Hoje, por exemplo, das nove, quatro estão quebradas. Antes de entrarmos em greve, tinha duas das três ambulâncias de UTI sem funcionar e das nove de suporte básico, três estavam quebradas. Isso não é diferente, pois todos os dias a situação se repete”, afirmou a diretora Célia Dantas.
A sindicalista lembrou ainda que há seis motolâncias, que estão paradas há meses, e que são contempladas dentro do contrato com a empresa. “Esse serviço não está sendo prestado pela empresa, mas o pagamento continua sendo feito. Desde que entramos em greve, começamos a denunciar essa situação”, disse Célia Dantas. Segundo a coordenação do Samu Natal, as ambulâncias estão paradas por falta de técnicos de enfermagem, mas a situação está sendo normalizada e deve voltar a funcionar até o final do ano.
Célia Dantas conta que há problemas no acondicionamento dos medicamentos nas ambulâncias. “A refrigeração tem comprometido a eficácia e qualidade do medicamento”. Além disso, a sindicalista alerta para a necessidade, urgente, de troca dos colchões, pois são furados, e constantemente os fluidos, como sangue, fezes e urina, são passados, constantemente, para os colchões. “Nos locais onde não tem pontos de apoio, esses colchões são o descanso dos profissionais. O risco de contaminação é iminente”, afirmou.
Para o técnico de enfermagem do Samu Natal, Nevaldo Mesquita, a situação do Samu hoje é “precária, sucateada e totalmente desassistida. Estamos vivendo um caos”. Nevaldo conta que a falta de manutenção tem comprometido o trabalho dos funcionários, bem como a cobertura do serviço à população natalense. Atualmente, são nove ambulâncias para atender a uma população de quase um milhão de pessoas. Hoje, no entanto, apenas cinco estão em funcionamento.
“O nosso trabalho está totalmente inviável. Os nossos salários não estão sendo pagos com dignidade, com insalubridade, adicional noturno, gratificação de plantão. O técnico do Samu é um profissional capacitado, qualificado, mas quando não tem os instrumentos necessários para funcionamento, como macas quebradas, pranchas quebradas e deterioradas, torna inviável o serviço, pois não conseguimos fazer uma boa remoção, um bom tratamento a população e aos pacientes. Estamos sofrendo junto com a população, pois isso nos deixa triste, em deixar de dar assistência a quem está precisando”, destacou o técnico de enfermagem, Nevaldo Mesquita.
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