‘Atari tem que ser separada da holding francesa, que é um pesadelo financeiro’, diz fundador
Foto post Google+ por o Globo
SÃO PAULO. Considerado o pai do videogame, Nolan Bushnell, disse acreditar na volta por cima da Atari, empresa que fundou em 1972, mas hoje se encontra em processo de recuperação judicial, com o objetivo de se se tornar independente da companhia francesa que a controla. Segundo ele, a marca ainda tem o carinho do público e pode se recuperar.
— Eu realmente aplaudo esse movimento, porque acho que a marca Atari possa ser separada da holding francesa, que é um pesadelo financeiro. É preciso pegar um financiamento, sair da bancarrota se relançar, porque a marca é realmente ainda muito conhecida e amada. E acho que a empresa tem algumas das pessoas que poderiam fazer coisas maravilhosas com ela — disse Bushnell ao GLOBO, antes de fazer a apresentação mais aguardada da Campus Party Brasil nesta quarta-feira.
O guru dos games também foi o primeiro e único chefe que o criador da Apple, Steve Jobs, teve em toda sua vida. Bushnell lembra de Jobs como uma pessoa obstinada, intensa e ativa, que se destacava pela criatividade.
— Eu costumava dizer para Steve que se 99% das pessoas acham que o que você está fazendo é uma loucura, e o 1% que acha genial é apenas você mesmo, então você está no caminho certo — afirmou.
É por acreditar na loucura que Bushnell desenvolve hoje um projeto que pretende ensinar crianças através de jogos, intitulado Brainrush. Segundo ele, por meio do sistema é possível ensinar numa velocidade dez vezes maior que o método convencional.
— Estamos evoluindo para saber também o que a criança come no café da manhã, quanto está dormindo a cada noite, se está fazendo exercícios, acredito que se pudermos modificar essas variáveis, podemos fazer com que aprendam até 20 vezes mais rápido — afirmou.
RETORNO DO FLIPERAMA
Bushnell acredita que uma nova leva de inovações vai ampliar ainda mais a experiência de quem joga videogame no futuro. Ele cita os avanços na realidade virtual como o projeto Oculus Riff, que projeta um mundo virtual por meio de óculos especiais, e também aposta nas novas formas de jogos coletivos, como o Virsix, em que times de pessoas se reunem para jogar em salas especialmente desenhadas para isso.
O criador do Atari acredita que a melhor forma para trazer essas tecnologias inovadoras às mãos do público seja retornar ao arcade (o velho fliperama).
— Muita gente não entendeu o que era o Arcade. Aquilo era uma forma de apresentar as tecnologias ao público em geral, antes de se tornarem baratas o suficiente para chegarem à sua casa. Há tanta coisa maravilhosa hoje nos laboratórios que não se pode levar para casa. Isso pode ser empacotado, misturado com uma história e apresentando ao público, que pagaria uns trocados para ter essa experiência — afirmou.
Embora não seja um grande conhecedor do mercado brasileiro de videogames, Bushnell aconselha os desenvolvedores do país a criar jogos que mostrem a cultura local para o mundo.
— Vocês têm uma cultura única e deveriam se concentrar em projetos que levem essa cultura para o mundo. O Japão levou muito da sua cultura por meio dos jogos, como os ninjas e toda essa coisa. O Brasil precisa descobrir qual pode ser a sua contribuição — disse
Fonte:
Deixe seu comentário.
0 Comentários