Fonte:
Alemanha responde a Trump: "Não há dívida nenhuma"
O governo de Angela Merkel não gostou de ler o que o Presidente dos EUA disse na rede social Twitter e emitiu um comunicado a desmenti-lo, explicando-lhe como funciona o financiamento da NATO.
A ministra alemã da defesa desmentiu Donald Trump LUSA/CLEMENS BILAN
Apenas um
dia depois do encontro entre Angela Merkel e Donald Trump, os dois países já
trocam acusações. O Presidente norte-americano escreveu já este domingo que a
Alemanha "deve vastas somas de dinheiro" à NATO e aos EUA, e não
ficou sem resposta. Poucas horas depois das declarações de Trump na rede social
Twitter, a ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, disse que "não
há nenhuma dívida à NATO".
Além de
negar a dívida apontada por Trump, Leyen explicou que o objectivo dos membros
da Aliança Atlântica de gastar 2% do PIB até 2023 em defesa não se traduzia
apenas nas contribuições para a NATO. "As despesas com defesa vão também
para missões de paz da ONU, nas nossas missões europeias e na nossa
contribuição na luta como o terrorismo", disse em comunicado.
De acordo
com a Reuters, a despesa da Alemanha com Defesa aumentará para os 38,5 mil
milhões de euros em 2018, o que representa 1,26% do PIB. E Merkel, no encontro
que teve com Donald Trump, prometeu aumentar a fatia para os 2% que estão
apenas previstos serem atingidos pelos estados signatários do Tratado do
Atlântico Norte em 2024.
A ministra alemã não foi a única a "explicar" a Donald Trump como funciona a NATO. O antigo embaixador dos EUA na NATO, Ivo Daalder, expôs os erros de interpretação do presidente numa série de tweets. O diplomata diz que "não é assim que as coisas funcionam", explicando que cada país decide o que paga, sendo que está acordado que o objectivo é que contribuam com 2% do PIB.
Daalder acrescenta que a Alemanha não deve nada aos EUA, porque o financiamento à NATO não é um financiamento aos Estados Unidos e cada contribuição que os países fazem não é para a segurança própria, mas para o bem comum. "Combatemos duas Guerras Mundiais na Europa e uma Guerra Fria. Manter a Europa inteira, livre e em paz é vitar para os interesses dos EUA", escreveu.
1/ Sorry, Mr. President, that’s not how NATO works. The US decides for itself how much it contributes to defending NATO. pic.twitter.com/8svkzRBEQb— Ivo Daalder (@IvoHDaalder) 18 de março de 2017
LER MAIS Público.pt
- Trump: o encontro com Merkel correu bem, mas a Alemanha tem de pagar o que deve
- Alemanha é o gigante com pés de barro na NATO
MAiS
- Se Turquia volta a ter pena de morte, acabam as conversas para entrar na UE
- Israel ameaça destruir sistema de defesa aérea sírio
- Jake Robertson e Mare Dibaba vencem meia-maratona de Lisboa
- China elege livros infantis estrangeiros como novo inimigo
- Museu de Arte e Arquitectura reabre quarta-feira com exposições e performance
Ir para a pagina inicial
0 Comentários