A delação do executivo da Odebrecht Claudio Melo Filho ilustrou com riqueza de detalhes o propinoduto que era comandado pela troika no Senado. Segundo os relatos, o núcleo comandado por “Caju” — que é Jucá invertido — teria recebido R$ 22 milhões da empreiteira.
Reportagem do Jornal Nacional, da Globo, mostrou nesta sexta (10) trechos da delação em que a Odebrecht revela que comprava leis, Medidas Provisórias, etc.
Se a os senadores “venderam” leis para atender os interesses privados da empreiteira, com certeza, também o fizeram ou estão a fazer em relação a outras companhias.
Quem garante que a votação da PEC 55 não seja mais uma lei que está sendo vendida no balcão do Senado da República?
Quem coloca a mão do fogo pela reforma da previdência cujo resultado atenderá aos interesses de bancos privados?
Mais uma vez: quem colocará o guizo na gatarada, já que o Supremo se mostrou frágil e sócio na sacanagem contra o povo?
Em maio deste ano, antes de consumado o golpe no Senado, Roberto Requião (PMDB-PR) deu pistas para o procurador-geral da República Rodrigo Janot caso ele quisesse “realmente” combater a corrupção.
“No Water Gate se seguia o dinheiro, no Congresso brasileiro basta seguir o jabuti”, orientou Requião.
Na prática, o senador “desenhou” o esquema de corrupção para facilitar a vida de Janot:
“Quem quer conhecer a corrupção no Congresso procura o relator da MP e quem foi o relator e o beneficiário do jabuti. Simples assim!”.
Portanto, diante da delação da Odebrecht, que confirmou a compra e venda de leis, o Senado fica em suspeição e sem condições morais de vender, digo, votar a PEC 55, que congela investimentos na saúde e na educação pelos próximos 20 anos.
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