No dia 04 de novembro centenas de estudantes de vários cursos reunidos em assembleia no campus do Fundão votaram ocupar a reitoria contra a PEC 55, em defesa da Educação pública, gratuita e de qualidade para todos, somando-se a uma série de ocupações estudantis e universitárias que ocorrem no país. A ocupação ocorrerá na semana que vem, e será um importante fortalecimento das lutas que estão se dando no Rio de Janeiro contra os ataques do governo de Temer, como a ocupação da Universidade Federal Rural e da UFF.
Essa luta se insere num cenário de ameaças que o reitor dessa universidade, Roberto Lehrer, tem sofrido por parte Ministério Público por ter promovido uma atividade em defesa da democracia e por seus posicionamentos contra o golpe , que constitui um verdadeiro ataque à autonomia universitária que não pode ser aceito pelos estudantes. A ocupação da reitoria da UFRJ se soma à luta dos técnicos-administrativos da universidade, que estão em greve pelas mesmas demandas há mais de uma semana.
A assembleia foi composta por estudantes que mostraram sua disposição de luta, apesar da demora do DCE em convocar uma assembleia geral para deliberar as medidas de mobilização, visto que já estavam se dando várias lutas nacionalmente e no Rio de Janeiro. Isso fez com que a votação de ocupação da reitoria com indicativo para ocorrer na segunda-feira ganhasse por unanimidade, mostrando o potencial que essa luta na maior universidade federal do país tem.
O grupo de direita conhecido como “UFRJ Livre”, antes da assembleia, já vinha mobilizando estudantes para votar contra qualquer possibilidade de luta estudantil. Não contentes em não terem ninguém a seu favor na assembleia, tentaram implodi-la, agredindo estudantes. Mas não conseguiram dividir os estudantes, que após os terem rechaçado, reinstalaram a assembleia.
Várias organizações que compõem o DCE, dentre as quais o RUA, PCR e PCB, defenderam ocupação de todas as unidades da UFRJ, mas sem deixar claro como construí-las de maneira a serem uma verdadeira ferramenta de luta. Mas os estudantes votaram pela ocupação da reitoria, entendendo que a partir daí se pode criar um pólo organizador para todo o movimento pela importância simbólica que esse espaço tem. Também foi encaminhada uma plenária estadual para unificar todos os setores em luta do Rio de Janeiro, para que se coordenem as ações e se organize um plano de lutas unificado. Outra votação muito importante foi a realização de assembleias de cursos, para massificar o movimento dentro da universidade, que está cargo do DCE convocar.
Nós do Faísca defendemos que a luta dos estudantes da UFRJ é muito importante e deve ser pensada no marco nacional. Por isso a ocupação de reitoria pode ser uma importante ação, que se potencializa se conseguirmos combinar a uma paralisação. Mas o mais importante é que essa luta se massifique e unifique com os demais setores mobilizados dentro e fora da universidade. Por isso propusemos que desde o início fosse combinada às assembleias de curso, e a um encontro com os estudantes da Rural, da UFF, os técnicos-administrativos das universidades em greve, os alunos e professores do Colégio Pedro II, para juntos nos coordenarmos com um plano de luta comum. E também será importante construirmos uma coluna dos setores em luta para o dia 11 de novembro no Rio de Janeiro, que se dará no marco de uma série de manifestações por todo o país contra a PEC 55. Chamamos a todos os estudantes da UFRJ a construírem a ocupação nessa segunda como parte dessa luta.
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