Roberta Pennafort, Clarissa Thomé e Vinicius Neder,
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Depois de quatro horas, o protesto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) contra o pacote anticrise do governo registrou confusão entre os servidores públicos e a Polícia Militar. A PM jogou spray de pimenta e bombas de efeito moral para dispersar manifestantes que tentaram retirar grades de proteção da Alerj. O gás entrou no prédio da assembleia e atingiu policiais e agentes de segurança, que tiveram que deixar o saguão da Alerj.
O tumulto foi generalizado e a maior parte dos manifestantes correu em direção às ruas transversais e à Avenida Primeiro de Março. O manifestantes gritavam "covardes" para os policiais e das janelas dos prédios foram jogados papéis picados em apoio ao protesto.
Com o confronto, lojas próximas a casa decidiram fechar as portas e liberar os funcionários. Em razão da manifestação, a Rua Primeiro de Março está interditada e trânsito complicado na região.
O protesto começou pouco antes das 10 horas e foi mobilizado por conta do início das discussões do pacote de medidas anticrise enviado pelo governando Luiz Fernando Pezão (PMDB) à Alerj.
O presidente da Alerj, Jorge Picciani (PMDB), disse que a sessão para discutir os primeiros dois projetos do pacote de ajuste fiscal enviado pelo governo estadual está mantida, apesar da manifestação de servidores. A sessão está marcada para as 15 horas. Picciani explicou aos servidores e lideranças sindicais que as medidas não serão votadas nesta quarta-feira, 16. Elas entram em discussão e só devem ser votadas em dezembro.
Em reunião da mesa diretora, ficou decidido que 280 servidores poderão ocupar as galerias para acompanhar os debates. Cada deputado terá direito a quatro convites. Picciani não sabe, no entanto, se haverá clima para a entrada dos servidores.
Salário. Os servidores de diversas áreas temem ter o salário reduzido por conta dos projetos enviados à Alerj por Pezão. No caso dos funcionários do Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio (Iterj), a mobilização é contra a extinção do órgão, que trabalha pela regularização fundiária. O fim do Iterj consta do pacote do governo.
Também há espaço para o humor no protesto. Funcionários do sistema penitenciário trouxeram uma "guarita" montada em frente à casa, chamada por eles de "presídio Alerjão 1", alusão a Bangu, unidade prisional do Rio.
"Os deputados são os piores bandidos. São covardes, se trancaram aí dentro", disse o agente penitenciário Marcos José, que faz as vezes de "vigia", no alto da estrutura metálica, trazida num ônibus fretado. Ele se referia à barreira feita com grades na porta da Alerj, montada para evitar que manifestante entrem no Palácio Tiradentes, como fizeram em ato anterior.
Há faixas com frases como "Aqui jaz a decência" e "Para que polícia para o servidor, se quem rouba o Estado é o governador?".
Mais cedo, houve discussão entre os manifestantes. Uma parte chegou com cartazes onde se lia "Fora Temer", e foi rechaçada pelos que queriam apenas a pauta "Fora Pezão". "Somos apartidários", reclamou um servidor.
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