
AFP / Noel Celis Obama participa da reunião de cúpula da Asean no Laos
O presidente americano, Barack Obama, afirmou nesta
quinta-feira que Pequim deve respeitar a decisão judicial sobre o Mar da China,
objeto de uma disputa regional, cujo cumprimento, destacou, é
"obrigatório".
A decisão da Corte Permanente de Arbitragem (CPA),
que decidiu em julho que Pequim não tem direitos históricos sobre o mar da
China Meridional, deve ser respeitada, insistiu Obama no Laos, durante a
reunião de cúpula com os integrantes da Associação de Nações do Sudeste
Asiático (Asean) e as potências regionais.
"A arbitragem emitida em julho, que é
obrigatória, ajuda a esclarecer os direitos marítimos na região", disse
Obama.
Nas últimas semanas Washington havia permanecido em
silêncio sobre o tema explosivo na Ásia, ante a falta de flexibilidade de
Pequim, que rejeita a decisão da corte de Haia.
Mas o silêncio dos Estados Unidos desagradava
alguns países da região. Filipinas, Vietnã e Japão também possuem pretensões
sobre este mar estratégico, principal via navegável entre os oceanos Pacífico e
Índico.
Para Pequim, controlar estas águas representa um
enorme desafio econômico e militar. Também é uma forma de reduzir a influência
americana na região, o que Obama tenta contra-atacar ao participar com
frequência dos encontros de cúpula asiáticos.
Em Vientiane estão reunidos os 10 membros da Asean
(Brunei, Camboja, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura,
Tailândia e Vietnã), assim como outros países da Ásia ou da região, como China,
Índia, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. Rússia e Estados Unidos
também participam no fórum.
Até o momento, a China, representada pelo
primeiro-ministro Li Keqiang no encontro, não reagiu às declarações de Obama.
- Coreia do Norte e seus mísseis -
A Coreia do Norte e suas ambições nucleares também
eram discutidas nesta quinta-feira.
Pyongyang, em aberto desafio às potências mundiais,
executou nesta semana, novamente, uma série de lançamentos de mísseis
balísticos, o que aumentou a tensão no continente.
No projeto de declaração conjunta da reunião, ao
qual a AFP teve acesso, os 18 países representados no fórum pretendem destacar
a "profunda inquietação" após os últimos testes de mísseis da Coreia
do Norte.
"Reafirmamos a importância da paz e da
segurança nesta região, assim como nosso apoio à desnuclearização da península
coreana de maneira pacífica", afirmam os países no rascunho do comunicado.
Os participantes ainda precisam chegar a um acordo
sobre a linha a adotar ante as pretensões territoriais de Pequim no mar da
China, onde o país continua desenvolvendo ilhas artificiais.
O projeto de declaração cita no momento a
necessidade de manter "a liberdade de navegação e de sobrevoo na área do
mar da China Meridional".
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