Membros da defesa civil síria resgatam crianças, após bombardeio atribuído às forças do regime de Bashar al-Assad em Aleppo. Foto de arquivo (junho de 2016).REUTERS/Sultan Kitaz
As aviações da Síria e da Rússia bombardeiam intensamente bairros rebeldes de Aleppo, a segunda maior cidade síria até o início da guerra, há cinco anos. A RFI conversou com um militante da oposição que descreveu a situação no local: "é um horror!".
"Nas últimas 24 horas, as forças do regime e seus aliados russos aplicam uma política para arrasar Aleppo. Mais de uma centena de bombardeios visaram a cidade", declarou Abou el-Haythem el-Hour ao repórter da RFI Sami Boukhelifa. "As forças do regime lançam suas bombas de uma maneira completamente histérica. O alvo são zonas civis cercadas, é um horror!", descreveu.
Segundo el-Hour, os ataques são feitos por artilharias e os bombardeios por aviões caças e até mesmo helicópteros. O militante também aponta que bombas de fósforo e napalm estão sendo utilizados em áreas habitadas por civis. "Tivemos uma centena de mortos aqui em Aleppo. Neste exato momento, ambulâncias tentam socorrer os feridos, mas elas também são metralhadas e as vítimas morrem pelas ruas, perdendo todo o seu sangue."
A operação serve, segundo as forças de Bashar al-Assad, para expulsar os rebeldes que controlam alguns bairros de Aleppo. O ministro sírio da Defesa, Fahd Jassem al-Freij, pediu que os habitantes se afastem das posições rebeldes. Dividida desde 2012 entre um setor pró-governamental e outro nas mãos dos insurgentes, Aleppo é um alvo estratégico neste conflito que já deixou mais de 300 mil mortos em cinco anos e meio de guerra.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, os ataques contra Aleppo são de uma violência rara. Apenas nesta sexta-feira (23), 30 civis morreram, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH). Outras dezenas de pessoas teriam sido feridas.
EUA e Rússia negociam novo cessar-fogo
À margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, os chefes da diplomacia da Rússia e dos Estados Unidos voltam a se reunir nesta sexta-feira (23) para tentar negociar um novo cessar-fogo. Até o momento, John Kerry e Serguei Lavrov travaram um "diálogo de surdos".
Em um apelo sem precedentes, a ONU pede às partes que, ao menos, facilitem a distribuição da ajuda humanitária aos civis. Vários caminhões estão bloqueados na fronteira com a Turquia e muitos alimentos perderão validade na segunda-feira (26). Até o momento, as forças do regime não deram sinais que pretendem pausar os ataques.
"O que está acontecendo é que Aleppo está sendo atacada e todas as partes retomaram as armas", declarou na quinta-feira (22), em Nova York, o enviado da ONU para a Síria, Staffan de Mistura.
Fonte:
RFI+
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