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Cogumelo provocado pela explosão da bomba em Hiroxima


Primeiro teste foi feito pelos Estados Unidos em julho de 1945, antes das bombas sobre Hiroxima e Nagasáqui. Coreia do Norte faz parte desde 2006 do clube nuclear, que tem nove membros.

Desde quando a Coreia do Norte é tida como uma potência nuclear?

O teste que fez soar as campainhas aconteceu em outubro de 2006. Desde então, foram detetados mais quatro ensaios nucleares, incluindo o de hoje, que os peritos consideram o mais potente de todos.

Assim, quantas são hoje as potências nucleares?

Há nove países possuidores de ogivas nucleares: as cinco potências oficiais (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) e ainda a Índia, o Paquistão, Israel e a Coreia do Norte.

Porque se fala de potências nucleares oficiais?

Trata-se dos cinco países - não por coincidência também a totalidade dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU - que já possuíam armas nucleares aquando da entrada em vigor em 1970 do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).

Os outros quatro países negam possuir a bomba nuclear?

Índia e Paquistão pouco ou nada fazem para camuflar o seu estatuto. Até lhes traz prestígio e, sobretudo, funciona como dissuasor contra o vizinho. Depois há o caso de Israel, cujo silêncio contrasta com a fanfarronice da Coreia do Norte. Mas em 2006 o então primeiro-ministro Ehud Olmert assumiu o estatuto nuclear do país numa entrevista a um canal televisivo alemão, uma monumental gaffe quando comentava as ambições nucleares do Irão.

O Irão está próximo de se tornar o décimo membro do clube nuclear?

Depois de anos de braço-de-ferro com a comunidade internacional, que o acusava de tentar desenvolver armas nucleares, o Irão assinou no verão de 2015, em Viena, um acordo com o P5+1 (os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança mais a Alemanha) e aceitou reduzir as capacidades já instaladas, além de acolher inspetores internacionais. Já antes o líder máximo do país, o ayatollah Ali Khamenei tinha emitido uma fatwa (decreto religioso) a proibir o uso do nuclear para fins militares, mas agora era através de um tratado internacional que o Irão assumia a utilização apenas para uso civil. Do ponto de vista prático, e pegando nas palavras do secretário de Estado americano John Kerry, o Irão estava na altura a três meses de obter a bomba nuclear, passando a precisar no mínimo de um ano se em algum momento decidir quebrar o acordo assinado na Áustria.

Como começou a produção de bombas nucleares? Foi pouco antes dos bombardeamentos de Hiroxima e Nagasáqui, em agosto de 1945?

Durante a Segunda Guerra Mundial, e perante o risco de a Alemanha nazi estar a desenvolver armas nucleares, os Estados Unidos assumiram um ambicioso programa a que chamaram Projeto Manhattan. Contavam com cientistas de vários países, incluindo alguns fugidos da Europa em guerra. O primeiro teste ocorreu num deserto do Novo México, no sudoeste dos Estados Unidos, a 16 de julho. Três semanas depois, o presidente Harry Truman autorizava o bombardeamento de Hiroxima para forçar o Japão à rendição. Mas só depois da segunda bomba atómica, sobre Nagasáqui, o imperador japonês aceitou o fim da guerra na Ásia (os nazis já se tinham rendido em maio, pondo fim à Segunda Guerra Mundial na frente europeia).

Quanto tempo os Estados Unidos foram a única potência nuclear?

Apenas quatro anos. Em agosto de 1949, a União Soviética fez o seu teste, beneficiando muito da sua rede de espionagem no Ocidente. O pai do programa nuclear foi Andrei Sakharov, que décadas mais tarde se tornará um crítico do regime comunista e como dissidente recebeu o Nobel da Paz em 1975. Depois Reino Unido e França juntaram-se ao clube. A China só em 1964.

E como foi que se suspeitou de Israel?

O Sunday Times noticiou em 1986 os segredos nucleares de Israel. Como fonte, o jornal britânico teve o técnico nuclear israelita Mordechai Vanunu, que chegou a trabalhar nas instalações de Dimona, no deserto do Neguev. A secreta israelita conseguiu capturar Vanunu que foi levado para o seu país e julgado. Foi libertado em 2010, mas com a condição de não sair do país.

Já os casos da Índia e do Paquistão foram mais óbvios?

Sim, pois em 1998 os dois países, que já travaram três guerras, fizeram testes nucleares quase em simultâneo, numa espécie de desafio. Serviram para confirmar o poderio nuclear indiano, que se suspeitava desde um teste detetado no deserto do Rajastão em 1974, e comprovar que o Paquistão não tinha deixado de lutar para se equiparar ao irmão-inimigo. Mais tarde soube-se que o cientista chefe paquistanês, Abdul Qadeer Khan, estava envolvido no tráfico de informações, ajudando o projeto norte-coreano.

Alguns países desistiram de armas nucleares?

Sabe-se que a África do Sul, na transição do Apartheid para o multipartidarismo, destruiu o arsenal que terá acumulado com a ajuda dos israelitas. E no final dos anos 1970, as ditaduras militares brasileira e argentina esforçaram-se por obter armas nucleares (sem lá chegar), tendo os programas sido desmantelados quando os países de democratizaram. Há ainda o caso da Ucrânia, onde estavam instaladas um terço das armas nucleares soviéticas, mas que aceitou que o arsenal fosse herdado só pela Rússia.

E então, quantas ogivas nucleares têm estas nove potências?

Calcula-se que umas 15 mil, com Estados Unidos e Rússia a terem mais de sete mil cada, suficientes para destruir o planeta, apesar de o arsenal ser inferior ao dos tempos da Guerra Fria. Reino Unido, França e China terão entre 200 e 300 cada, Índia e Paquistão pouco mais de cem, Israel 80 e Coreia do Norte dez.

Só dez ogivas a Coreia do Norte, em 15 mil! Então porque é tão ameaçadora?

O regime norte-coreano liderado desde 2011 por Kim Jong-un é imprevisível. E extremamente hostil para a Coreia do Sul e o Japão, além, claro, dos Estados Unidos. Mas mais do que a sua capacidade destrutiva (grande, do ponto de vista dos vizinhos) está em causa a proliferação das armas nucleares, pois se o TNP for desrespeitado por países como a Coreia do Norte ou o Irão, outros os imitarão. E, de de repente, o mundo pode assistir a conflitos regionais em que a arma nuclear arrisca surgir como opção para governantes em desespero.

Onde explode uma bomba nuclear acontece a destruição total?

A cúpula Genbaku, em Hiroxima, foi preservada para relembrar os mais de 100 mil mortos das duas explosões de 1945 (podem ter sido 200 mil). Mas as atuais bombas são muito mais poderosas do que as Little Boy ou a Fat Man. Calcula-se, por exemplo, que um teste soviético feito em 1961 no Ártico, a célebre Tsar Bomba, teve um efeito destrutivo mais de mil vezes superior às lançadas no final da Segunda Guerra Mundial. Não admira, pois, que vários locais de testes, como o atol de Bikini, nas Ilhas Marshall, continuem inabitáveis mais de seis décadas depois.

É famoso o arrependimento de um dos cientistas do Projeto Manhattan. Que disse ele?

"Tornei-me a Morte, a destruidora de Mundos", terá dito Robert Oppenheimer quando assistiu à primeira explosão nuclear da história, em julho de 1945. Mais tarde, numa reunião com Truman depois já de Hiroxima e Nagasáqui, terá afirmado sentir que tinha sangue nas mãos, irritando o presidente que teve de tomar a decisão de acelerar a derrota do Japão e que só meses antes, quando sucedeu por morte a Franklin Roosevelt, soube do projeto atómico.

Barack Obama tornou-se o primeiro presidente americano em exercício a visitar Hiroxima. Quando foi isso?

Aconteceu em agosto deste ano. E foi rodeado de um silêncio impressionante que Obama disse que "há 71 anos, a morte caiu do céu", lembrou o presidente americano em Hiroxima, a cidade japonesa sobre a qual os Estados Unidos lançaram a primeira a bomba.

Versão atualizada de um artigo originalmente publicado em janeiro





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