
UNAMID/AFP/Arquivos Campo de deslocados em Sortoni, no estado de Darfur Norte, Sudão
A Anistia
Internacional acusou as forças do governo sudanês de realizar vários ataques
com armas químicas contra uma zona montanhosa de Darfur, matando vários civis.
Em um
relatório divulgado nesta quinta-feira, a ONG afirma que ao menos 30 ataques
con armas químicas foram realizados entre janeiro e setembro nos povoados da
região de Djebel Marra, em meio a uma vasta campanha militar contra os
rebeldes.
O relatório
compreende imagens de crianças com queimaduras químicas, de povoados destruídos
e de pessoas deslocadas, além de trechos de entrevistas de mais de 200
sobreviventes e de especialistas em armas químicas.
O documento
"reúne provas da utilização repetida, nos últimos oito meses, do que
parecem ser armas químicas contra civis (...) pelas forças sudanesas em uma das
regiões mais isoladas de Darfur".
A Anistia
estima que "entre 200 e 250 pessoas podem ter morrido de exposição a
agentes químicos, incluindo muitas crianças, talvez a maioria".
A ONG
garante que as forças do governo também realizaram "bombardeios contra
civis", "assassinatos ilegais de homens, mulheres e crianças"; e
"sequestros e violações de mulheres" na região de Djebel Marra.
Estes
ataques fazem parte de uma campanha militar contra os rebeldes do Exército de
Libertação do Sudão-Abdel Wahid Nour (SLA-AW) e merecem a classificação de
"crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade".
Darfur é
palco de um conflito sangrento desde 2003, quando rebeldes de minorias étnicas
pegaram em armas contra o governo em Cartum, controlado pela maioria árabe.
O presidente
sudanês, Omar el Bechir, lançou desde então uma violenta repressão e a ONU
estima que os combates já deixaram 300 mil mortos e 2,5 milhões de deslocados
nesta região composta por cinco Estados.
Bechir,
acusado pela Corte Penal Internacional por crimes de guerra e contra a
humanidade em Darfur, proclamou no início de setembro que a paz havia retornado
a Darfur.
Cartum
limita o acesso de jornalistas à região, mas uma missão conjunta das Nações
Unidas e da União Africana (MINUAD) está em Darfur desde 2007.
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