
Começa a censura no Brasil de Michel Temer: jornal Folha de S. Paulo foi obrigado a retirar do ar reportagem sobre tentativa de extorsão contra Marcela Temer; petição foi assinada pelo advogado Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em nome de Marcela; segundo o juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, os fundamentos apresentados pela defesa de Marcela são "relevantes e amparados em prova idônea"; "A inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro", diz o despacho; hacker, que foi preso por Alexandre de Moraes, tentou negociar com ela para não divulgar um áudio em que ela dizia que o publicitário Arlon Viana, hoje assessor especial de Michel Temer, fazia a "parte baixo nível" do marido; detalhe: a Folha, que agora reclama de censura, apoiou o golpe
247 - O jornal Folha de S. Paulo denunciou nesta segunda-feira, 13, que o governo de Michel Temer pediu e a Justiça de Brasília determinou a censura de uma reportagem do jornal sobre a tentativa de extorsão sofrida pela primeira-dama Marcela Temer no ano passado.
"Uma liminar concedida pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, impede que a Folha publique informações sobre uma tentativa de um hacker de chantageá-la, no ano passado", diz o jornal.
A petição foi assinada pelo advogado Gustavo do Vale Rocha, subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, em nome de Marcela (leia mais). Segundo o juiz, os fundamentos apresentados pela defesa da esposa de Temer são "relevantes e amparados em prova idônea". "A inviolabilidade da intimidade tem resguardo legal claro", diz o despacho.
O hacker Silvonei José de Jesus, que invadiu o celular e o computador de Marcela Temer, a chantageou ameaçando jogar o nome de Michel Temer na lama, com um áudio em que ela dizia que o marqueteiro Arlon Viana fazia "a parte baixo nível" do marido. Homem de estrita confiança de Temer, Viana já foi chefe do seu escritório em São Paulo e tesoureiro do PMDB paulista; hoje, é assessor especial da presidência da República. O caso foi investigado por Alexandre de Moraes e o áudio desapareceu do processo (leia mais sobre o assunto).
Em artigo nesse domingo, a colunista do 247 Tereza Cruvinel questiona o que ainda falta para a ditadura, depois da censura.
A Folha informou que irá recorrer da decisão.
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