Ativistas e moradores da cidade síria relatam que há mortos e feridos após bomba de barril ser arremessada sobre bairro controlado por rebeldes. Rússia anuncia trégua de três horas para entrada de ajuda humanitária.
Ao menos
três pessoas morreram e muitas ficaram com dificuldades para respirar quando um
gás, que se acredita ser gás de cloro, foi lançado junto com bombas de barril
sobre um bairro da cidade síria de Aleppo nesta quarta-feira (10/08), relataram
diversas pessoas a agências de notícias.
À agência
AP, o socorrista Khlaed Harah afirmou que um helicóptero do governo jogou
quatro bombas de barril durante a noite no bairro de Zabadieh e que uma delas
liberou gás de cloro. Uma mãe e seus dois filhos teriam morrido. A veracidade
do relato não pôde ser verificada.
O
Observatório Sírio de Direitos Humanos, grupo ativista sediado em Londres e que
acompanha a guerra civil na Síria, também reportou que bombas de barril
arremessadas pelo governo atingiram o bairro de Zabadieh. A organização disse
ter recebido relatos de duas mortes e de várias pessoas com dificuldade para
respirar, sem mencionar gás de cloro.
À agência
Reuters, Hamza Khatib, gerente do hospital Al Qud, em Aleppo, disse que houve
quatro mortes por envenenamento com gás e 55 feridos. Sete pessoas ainda
estavam em tratamento. Khatib disse ter guardado pedaços das roupas dos
pacientes e fragmentos das bombas de barril como evidências para análise.
A Defesa
Civil Síria, serviço de regate que age no território controlado pelos rebeldes,
disse à Reuters ter registrado três mortes e 22 feridos depois de um barril
suspeito de conter gás de cloro cair sobre o bairro de Zabadieh. O grupo disse
não poder confirmar se realmente se tratava do gás.
Cessar-fogo
diário
Aleppo, no
norte da Síria, era a cidade mais populosa do país antes da guerra e agora está
dividida entre áreas controladas pelo regime e pela oposição. Uma batalha
intensa pelo controle de Aleppo eclodiu na sexta-feira passada, quando rebeldes
lançaram uma grande operação e conseguiram romper o cerco imposto há um pelo
governo mês ao seu território. Acredita-se que 250 mil pessoas vivam na área,
no leste da cidade.
A Rússia
anunciou que haverá um cessar-fogo diário de três horas em Aleppo a partir
desta quinta-feira, para permitir que comboios de ajuda humanitária ingressem
na cidade. Um representante do Ministério russa da Defesa afirmou que a trégua
será realizada entre as 10h e as 13h.
Desde o
início da ofensiva insurgente, há relatos não confirmados de ativistas e
moradores sobre ataques com gás de cloro à área controlada pela oposição.
Governo e rebeldes negam ter usado armas químicas ao longo da guerra civil. O
Ocidente culpa o regime por ataques do tipo, que por sua vez, ao lado da
Rússia, acusa os opositores.
Investigadores
da ONU concluíram que gás sarin foi usado num subúrbio de Damasco em 2013. Os
EUA acusaram o governo sírio pelo ataque, que pode ter matado 1.429 pessoas.
Damasco negou a responsabilidade, culpando os rebeldes.
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