Onze
detonações atingem resorts turísticos como Phuket e Hua Hin, deixando dezenas
de vítimas, entre elas estrangeiros. Autoridades descartam ligação com
terrorismo internacional e falam em "sabotagem local".
Ferido em ataque a bomba em hospital é levado a hospital em Hua Hin
Uma série de
11 explosões atingiu cidades e resorts turísticos no sul da Tailândia entre a
noite desta quinta-feira (11/08) e a manhã desta sexta-feira, deixando ao menos
quatro mortos e mais de 30 feridos, incluindo cerca de dez estrangeiros.
Ainda não
está claro quem está por trás dos ataques, mas as autoridades locais
descartaram que haja ligação com o terrorismo internacional. O momento e o alvo
das bombas sugerem que oponentes da junta militar que governa o país sejam os
responsáveis.
No fim de
semana passado, a junta organizou um referendo que aprovou uma proposta de
Constituição que, segundo especialistas, deve dar mais poder aos militares. A
polícia falou em "sabotagem local".
Feridos numa explosão são socorridos na cidade de Trang
Todas as 11
explosões ocorreram ao sul de Bangcoc, e várias delas parecem ter tido como
objetivo atingir a indústria do turismo – incluindo uma na cidade turística de
Phuket e três na cidade litorânea de Hua Hin, situada cerca de 150 quilômetros
ao sudoeste da capital.
Hua Hin foi
palco de duas das explosões mais devastadoras, ocorridas numa rua repleta de
bares e restaurantes na noite desta quinta-feira. Os artefatos estavam
escondidos em vasos de flores e foram detonados à distância, com um celular.
Uma mulher tailandesa morreu e cerca de 20 pessoas ficaram feridas, sendo
metade delas estrangeiros.
Na manhã
desta sexta-feira – feriado nacional na Tailândia, em comemoração ao
aniversário da rainha e Dia das Mães –, Hua Hin foi atingida por outra bomba,
que deixou um morto e quatro feridos.
A série de
atentados começou a tarde desta quinta-feira, quando uma bomba explodiu num
mercado da capital da província de Trang, situada no sul da Tailândia, deixando
um morto e sete feridos.
Na cidade de
Surat Thai, a cerca de 640 quilômetros ao sul de Bangcoc, dois artefatos explosivos
colocados em frente a uma delegacia causaram a morte de uma mulher e deixaram
três feridos.
Segundo a
imprensa local, outra explosão feriu uma pessoa em Phuket, no litoral oeste do
país, enquanto na província de Phang Nga, no norte da cidade, houve outras duas
explosões, sem feridos.
Efeitos
sobre o turismo
Dez turistas
estrangeiros (quatro alemães, três holandeses, dois italianos e um austríaco)
ficaram feridos, um deles com gravidade, na segunda das duas bombas que
explodiram, com poucos minutos de diferença, em Hua Huan.
O Ministério
alemão do Exterior confirmou nesta sexta-feira que três alemães estão entre os
feridos e alertou que mais ataques podem ocorrer. "Recomenda-se que
pessoas viajando para a Tailândia evitem lugares públicos e multidões e
acompanhem as notícias", disse o ministério.
A Austrália
também emitiu um comunicado, afirmando que turistas australianos devem ter
cautela e que "mais explosões em qualquer parte da Tailândia são
possíveis". O Reino Unido também pediu a seus cidadãos que evirem locais
públicos.
A economia
da Tailândia foi abalada desde que os militares tomaram o poder num golpe de
Estado, em 2014. O turismo continua representando cerca de 10% do Produto
Interno Bruto do país, e mais de 14 milhões de pessoas visitaram o país somente
em 2016.
Histórico de
violência
A Tailândia
é palco de violência política, incluindo diversas bombas, desde que o
bilionário populista Thaksin Shinawatra foi retirado do cargo de
primeiro-ministro, após um golpe militar em 2006.
A derrubada
do premiê desencadeou lutas sangrentas pelo poder entre seus apoiadores e
opositores, que incluem os militares. O governo da irmã do
ex-primeiro-ministro, Yingluck Shinawatra, foi interrompido com o último golpe
militar, há dois anos.
Desde então,
ataques a bomba eram raros. Ma há um ano, um ataque a um templo hindu no centro
de Bangcoc deixou 20 mortos e mais de 120 feridos. A polícia acusou dois
membros da etnia muçulmana uigur, da China, pelo ataque, em 17 de agosto de
2015.
No último
domingo, foi aprovada num referendo uma nova Constituição que deve levar a uma
eleição no ano que vem. Críticos afirmam que ela não é democrática e tem como
objetivo manter os militares no poder por ao menos mais cinco anos.
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