AFP / MAHMOUD RSLAN
As imagens amplamente compartilhadas desde quarta-feira à noite mostram um menino de 4 anos sentado sozinho em uma ambulância, com o rosto coberto de poeira e sangue, atordoado com a força da explosão causada pelo bombardeio
Símbolo da
sangrenta guerra na Síria, as imagens de uma criança coberta de pó e ferida no
rosto por um dos bombardeios em Aleppo despertou grande comoção nas redes
sociais, no momento em que o barulho ensurdecedor dos ataques aéreos ecoa em
toda a cidade.
As imagens
amplamente compartilhadas desde quarta-feira à noite mostram um menino de 4
anos sentado sozinho em uma ambulância, com o rosto coberto de poeira e sangue,
atordoado com a força da explosão causada pelo bombardeio.
Registrada
por um bombardeio quarta-feira à noite no distrito rebelde de Qaterji, a imagem
do pequeno Omran rodou o mundo e causou indignação na internet.
Mas a guerra
não conhece trégua nesta metrópole do norte da Síria, onde o regime e os
rebeldes disputam o controle total da cidade dividida desde 2012.
O regime não
foi capaz de recuperar o terreno perdido há quase duas semanas e os rebeldes
não concretizaram a sua promessa de tomar toda a cidade.
Assim, um
site pró-regime anunciou nesta quinta-feira que as forças do governo tinham
tomado dois vilarejos rebeldes perto de Aleppo, mas sites da oposição
imediatamente negaram tais informações.
De acordo
com uma fonte, o exército multiplica as incursões em áreas rebeldes para testar
as linhas de defesa e matar o maior número de insurgentes antes de se retirar
para evitar ter muitas vítimas em suas fileiras.
Pausa
humanitária
Em 31 de
julho, os rebeldes e seus aliados extremistas da Frente Fateh al-Sham
(ex-Al-Nosra) lançaram uma ofensiva para quebrar o cerco imposto sobre as áreas
rebeldes pelas tropas de Bashar al-Assad.
Cada lado
tenta cercar e sufocar o outro sem sucesso até o momento: os rebeldes
conseguiram abrir uma passagem para o sul pelo bairro de Ramoussa e o regime
pelo norte.
Os 28 países
membros da UE exigiram nesta quinta-feira um "fim imediato" dos
combates em Aleppo, no norte da Síria, a fim de não atrapalhar as operações
humanitárias, segundo um comunicado da chefe da diplomacia da União Europeia,
Federica Mogherini.
Trata-se de
"permitir a transferência de feridos, o fornecimento de ajuda humanitária
a reparação de infraestruturais essenciais (de fornecimento) de água e
eletricidade", ressalta no comunicado Mogherini, que diz se expressar em
nome da "União Europeia e de seus Estados membros".
Já a Rússia
anunciou estar disposta a instaurar a partir da próxima semana uma pausa
humanitária de 48 horas em Aleppo.
"Estamos
dispostos a instaurar esta pausa humanitária de 48 horas a partir da próxima
semana para permitir a entrega de ajuda aos habitantes de Aleppo",
anunciou em um comunicado o porta-voz do ministério da Defesa russo, Igor
Konachenkov.
Ao mesmo
tempo, "aviões russos realizam dezenas de ataques todos os dias na
província de Idleb e a oeste da província vizinha de Aleppo para evitar o envio
de reforços para as posições rebeldes ao sul de Aleppo", informou à AFP
Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Nesta
quinta, os ataques aéreos do regime sírio continuavam nos bairros do leste de
Aleppo, onde 146 civis, incluindo 22 crianças, morreram desde 31 de julho.
Primeiros
ataques contra curdos
Desencadeada
em março de 2011 pela repressão de protestos pró-democracia, o conflito na
Síria tornou-se mais complexo com a intervenção estrangeira e o fortalecimento
dos extremistas. A guerra deixou mais de 290.000 mortos e forçou milhões ao
exílio.
Nesta
quinta-feira, aviões do regime atacaram pela primeira vez áreas controladas
pelas forças curdas, que até então mantinham uma posição neutra no conflito, de
acordo com OSDH.
Os ataques
visaram três barragens e três QG na cidade de Hassaka (nordeste), em parte
controlada pelas forças curdas e o restante pelo regime.
Um
jornalista que colabora com a AFP viu aviões do regime bombardear posições
curdas na cidade, onde os combates entre as partes acontecem desde
quarta-feira.
"Não
podemos permitir que eles (os curdos) acreditem em seus sonhos de autonomia
como uma realidade", disse à AFP uma fonte da segurança síria.
Os curdos da
Síria (15% da população) auto-proclamaram em março uma "região
federal" e sonham em ligar as áreas sob seu controle no norte.
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