Tropas leais ao presidente Salva Kiir e as fiéis ao vice Riek Machar entram novamente em conflito em Juba. Segundo ONU, milhares estão em fuga. Imprensa local fala em 270 mortos. Cessar-fogo é ordenado.
Combates
violentos acompanhados de explosões voltaram a abalar a capital do
Sudão do Sul, Juba, nesta segunda-feira (11/07). Tropas leais ao
presidente do país africano, Salva Kiir, e as fiéis ao
vice-presidente e líder opositor, Riek Machar, entraram novamente em
confronto perto de uma base da missão da ONU para o Sudão do Sul
(UNMISS), denunciaram as Nações Unidas.
Os
confrontos – os primeiros entre o Exército e ex-rebeldes em Juba
desde que o líder rebelde Machar regressou para ocupar o cargo de
vice-presidente num governo de união, em abril – eclodiram na
sexta-feira passada, quando 150 soldados foram mortos durante uma
breve, mas intensa troca de tiros.
A
violência se intensificou nesta segunda-feira. Segundo a agência de
notícias Reuters, uma testemunha viu dois helicópteros atirando em
direção do quartel-general de Machar. Moradores relataram a
presença de tanques nas ruas.
No
final da tarde, Kiir ordenou um cessar-fogo imediato, anunciou o
ministro da Informação, Michael Makuei, na televisão estatal.
Segundo
o gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU naquele
país, cerca de 10 mil pessoas fugiram da violência que eclodiu na
capital. A imprensa local noticiou 270 mortos. O aeroporto de Juba
está fechado, e os Estados Unidos ordenaram que todo seu pessoal não
essencial deixasse o país.
Medo
de nova guerra civil
A
ONU manifestou profunda preocupação com os episódios de violência
dos últimos dias, que causaram a morte de centenas de pessoas e
geraram receio de que o país mergulhe numa nova guerra civil em seu
quinto ano de independência.
O
Conselho de Segurança da ONU pediu, neste domingo, que o presidente
e seu vice "façam de tudo para controlar suas respectivas
forças e que cessem urgentemente os combates e evitem a expansão da
violência."
Também
neste domingo, a UNMISS havia pedido às partes conflitantes para
parar os ataques perto de suas instalações, onde centenas de
pessoas estão refugiadas após o novo surto de violência que ameaça
a frágil paz no país.
Não
se sabe ao certo quantas pessoas morreram nos confrontos de domingo,
que aconteceram um dia depois de o Sudão do Sul celebrar o seu
quinto aniversário de existência. O retorno da violência fez
renascer o medo de uma nova guerra civil, como a que eclodiu no final
de 2013, principalmente entre os grupos étnicos dinka, do qual faz
parte Kiir, e os nuer, ao qual pertence Machar.
O
conflito causou milhares de mortes, expulsou mais de 2,5 milhões de
pessoas de suas casas e deixou quase 11 milhões sem comida. A
produção de petróleo, principal fonte de receita do governo,
despencou.
Fonte:
Deixe o seu comentário clicando no balãozinho no topo da postagem próximo ao titulo.
0 Comentários