Pecuarista José Carlos Bumlai pode ser ouvido na Câmara, mas sua presença depende da assinatura do presidente da casa, Eduardo Cunha
Por: Marcela Mattos, de Brasília
A esperada audiência com o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula, foi marcada para a próxima terça-feira na CPI do BNDES, na Câmara dos Deputados. A contragosto do governo, o presidente do colegiado, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), enviou um ofício a Bumlai agendando o depoimento para que ele dê explicações sobre as suspeitas de tráfico de influência e de favorecimento em contratos firmados pelo banco de fomento.
Bumlai também deve ser questionado sobre as acusações, feita pelo delator Fernando Soares, o Fernando Baiano, de que teria recebido propina de 2 milhões de dólares pagos pelo lobista. Uma nora de Lula seria o destino final do dinheiro.
Apesar da formalização da oitiva, a presença do pecuarista ainda não está garantida. Ela depende da assinatura do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que analisa um recurso apresentado por deputados do PT após a convocação do amigo de Lula. Caso Cunha entenda que a sessão que convocou Bumlai não seguiu os trâmites regimentais, ele pode barrar a audiência.
A decisão, para membros da CPI, deve ter um forte componente político: acuado pelas investigações que podem levá-lo à cassação, o presidente da Câmara pode fazer um afago ao Planalto e enterrar o ofício pela convocação do encrencado Bumlai. Ou atender um apelo da oposição e emplacar mais uma derrota ao governo.
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