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AFP
A relação entre Grécia e União Europeia nunca foi tão tensa
O anúncio de que a Grécia está novamente correndo contra o relógio para cumprir com suas obrigações junto aos credores internacionais não é novidade. Diversas vezes "prazos finais" foram simplesmente estendidos.
Dessa vez, porém, a situação parece mais séria. Há um pagamento a ser feito pelos gregos ao Fundo Monetário Internacional (FMI) até 30 de junho. Se Atenas e a União Europeia não chegarem a um acordo para a liberação de crédito, este pagamento poderá não ser feito.
Na quarta-feira, o Banco Central grego alertou que isso poderia causar uma reação em cadeia que terminaria com a saída da Grécia do grupo de países que adotam o euro como moeda, ou mesmo deixar o bloco político-econômico. Negociações de emergência já começaram, mas até agora não tiveram sucesso.
Mas quão grave é a situação grega?

Cofres vazios?

Se não conseguir negociar acesso urgente a crédito em troca de reformas fiscais, o governo de esquerda grego vai ficar sem dinheiro. Depois de pagar 1 bilhão de euros ao FMI em maio, Atenas já adiou os pagamentos para o FMI em junho, mas ainda tem contas a pagar com o Banco Central Europeu.
O governo pediu que órgãos públicos, incluindo hospitais, entreguem as reservas em moeda para ajudar no pagamento. A prefeitura da segunda maior cidade grega, Tessalônica, entregou o que tinha, mas outras cidades se recusaram a cooperar.
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O ministro da Fazenda grego, Yanis Varoufakis
Sem receber a parcela final 7,2 bilhões de euros do pacote de ajuda internacional obtido junto à UE e ao FMI após a crise financeira global de 2008 (o pacote total foi de 240 bilhões), a Grécia deverá dar um "calote".

A Grécia vai falir?

As mensagens do governo grego são um sonoro "não". Há muitas contas a pagar em um curto período de tempo. No início de junho, o premiê grego, Alex Tsipras, anunciou que acumularia os quatro pagamentos devidos em junho num único pacote, o que lhe deu até o final do mês para arrecadar 1,5 bilhão de euros. No entanto, o governo precisa pagar 2,2 bilhões este mês para o funcionalismo público e a previdência social.
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O governo diz que a maioria dos pensionistas gregos vive abaixo da linha da pobreza
Tsipras é líder de uma coalizão de partidos de esquerda, a Syriza, que chegou ao poder justamente combatendo políticas de austeridade da administração exterior. Danificaria o próprio cacife político se pagasse dívidas com credores estrangeiros em vez de pagar salários de 600 mil servidores públicos e as aposentadorias de 2,6 milhões de gregos. Pelo contrário: o governo recontratou 4 mil funcionários demitidos no último governo.

O calote vai empurrar a Grécia para fora da Zona do Euro?

Se o governo grego decretar moratória no pagamento da dívida, corre o sério risco de fechar o canal de comunicação e socorro financeiro junto ao Banco Central Europeu (ECB), que tem mantido a integridade do sistema bancário grego.
Integrantes da UE têm direito a uma assistência emergencial de liquidez da ordem de 84 bilhões de euros, que bancos gregos podem buscar junto ao banco central do país.
Atraso ou o não-pagamento da dívida externa poderão fechar as torneiras e levar o governo a um "calote forçado", que poderia provocar uma corrida aos bancos por parte do público para a retirada de dinheiro. Isso poderia fazer o governo criar controles de capital - limites para retiradas, por exemplo.
A Grécia voltaria a usar a dracma, moeda anterior ao euro, que sofreria desvalorização imediata. A inflação seria outra consequência, junto com uma crise bancária.
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O premiê Alexis Tsipras, em recente encontro com a presidente Dilma Rousseff
"O país poderia se transformar num pária internacional, assim como fez a Argentina em 2002 (ao declarar sua própria moratória)", diz o professor Iain Begg, da London School of Economics.
Na opinião de especialistas gregos, o país sofreria com desemprego, fechamento de empresas e mesmo o turismo, um dos principais motores da economia grega, seria afetado.

A Grécia quer sair da Zona do Euro?

"Se não houver um acordo, a saída é inevitável", afirma Dimitrios Kousenidis, da Universidade de Tessalônica.
O futuro "europeu" da Grécia parece tão nefasto que a casa de apostas britânica William Hill há algumas semanas deixou de aceitar palpites numa possível saída grega da Zona do Euro.
Com a proximidade do prazo de 30 de junho, o discurso de ambos os lados ficou mais irritadiço. Os mercados, mais nervosos.
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Líderes europeus como Angela Merkel, a chanceler alemã, querem reformas econômicas em troca de mais crédito
Nem o governo de Tsipras nem a UE querem a chamada "Grexit", mas líderes como a chanceler alemã, Angela Merkel, vêm colocando pressão sobre Atenas para que faça cortes nos gastos públicos como condição para a liberação de mais dinheiro.

Pode a Grécia sobreviver na Zona do Euro?

Ainda se fala num possível compromisso sob a forma de um "calote dirigido".
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Protesto no centro de Atenas contra a pressão dos credores gregos
Mesmo sem um acerto com os credores, a Grécia continuaria na Zona do Euro e a receber ajuda financeira.
O pagamento das dívidas teria termos mais flexíveis, mas em troca o país teria que se submeter ao controle de capitais para evitar fugas.
Uma pista dessa solução foi dada em abril pelo vice-presidente do ECB, Vitor Constancio, ao dizer que não havia lei exigindo a expulsão da Grécia da zona do euro em caso de calote.

Qual o risco de contágio?

A União Europeia tem mecanismos de proteção para evitar que dificuldades no sistema financeiro de um país afetem os 27 outros do bloco. Mas o FMI afirma que há riscos e vulnerabilidades por causa da situação, em que o impasse deixa os mercados nervosos. O ECB, por exemplo, tem exposição de 110 bilhões de euros a bancos gregos e gastou outros 20 bilhões comprando papéis do governo grego. Mas há também um problema político. Diversos governos europeus estão enfrentando crescentes movimentos anti-Europa. Eles acompanharão atentamente os acontecimentos.





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