Rogério Jordão questiona as conseqüências do ajuste fiscal e de outras
legislações que vão repassar o maior ônus da crise para os mais pobres »
Ajuste: os mais pobres pagam a conta
Por Rogério Jordão | Rogério Jordão
O mar não está para peixe. Ou melhor: está para peixe grande.
Os quatro maiores bancos brasileiros listados em bolsa acabam de anunciar um lucro de R$ 16,4 bilhões no primeiro trimestre de 2015, alta de 49% em relação ao ano anterior. Juros elevados e desvalorização do real ajudam a explicar o desempenho, diz um jornal de economia. Também recentemente uma empresa produtora de carnes – e que anuncia diariamente em todos os jornais brasileiros – revelou um aumento de lucro de mais de 1.000% no início deste ano, por conta de desvalorização do real e exportações.
Para a maioria da população a hora é de apertar os cintos; para os realmente ricos (falo dos 0,1% do topo da pirâmide), espocam os champagnes. Life goes on!
O ajuste tem como objetivo garantir superávits primários, a reserva de dinheiro para pagar os juros da dívida pública. Se há alguém de fato otimista no Brasil, são os credores da dívida pública – é para eles que o ‘ajuste’ é feito. Para que a dívida pública brasileira, que consome algo como 10 Programas Bolsa Família/ano, continue pagável. Para quem lucra com a dívida e com os juros, está ótimo, é para isso que serve o superávit primário e o “fazer a lição de casa”.
Na narrativa do governo se trata de um ajuste ameno e que em 2016 ou 2017 o crescimento volta. OK. Mas com qual perspectiva real e de longo prazo para a população brasileira? Há projeto, além de seguirmos nosso eterno vôo de galinha, agora embicado para baixo?
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Imagem:Lubasi/Fickr
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