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Pré-candidato a governador pelo PSOL critica reunião de partidos em torno de Henrique Eduardo Alves
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A frase do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB), afirmando que quer conhecer “os motivos que levam a essa situação vergonhosa num hospital tão importante como esse”, se referindo ao Hospital Regional de João Câmara, também mereceu a análise do pré-candidato a governador Robério Paulino.

Ele disse, em entrevista a 94 FM, que o deputado federal “só poderia estar vivendo no planeta Marte para desconhecer a realidade da saúde pública no Rio Grande do Norte”. Especialmente, a dura rotina nos hospitais públicos do estado, que carecem de recursos financeiros para solucionar em definitivo seus problemas crônicos.

“O Henrique está em Marte? Porque nos gabinetes de Brasília ele não teve nenhuma preocupação real com os problemas da saúde do Rio Grande do Norte. Pior: ele foi parte dos três últimos governos do Estado, com indicação de cargos e controle de secretarias, sendo, portanto, tão responsável pelo caos do estado quanto os ex-governadores, especialmente na questão da saúde”, afirmou. “É muita cara de pau que ele venha, somente agora, querer conhecer essa realidade. O que mostra que ele está apenas de olho nas eleições”,disse Paulino.

Professor de economia do Departamento de Políticas Públicas da UFRN, Robério afirmou que Henrique está existem quatro décadas como parlamentar, mas somente agora veio atentar para os problemas de saúde do Estado. “Por que ele não tentou resolver isso antes? Isso é discurso de eleição, promessa de eleição. Ele poderia ter resolvido isso antes, porque ele fez parte de todos esses governos e, como presidente da Câmara, ele tem autoridade para tentar reverter isso, e não, vir com esse tipo de preocupação às vésperas da eleição. O povo não acredita mais. É muita cara de pau”.

Para Robério, como deputado federal, sobretudo como presidente da Câmara, Henrique poderia, com emendas, tentar redirecionar o Orçamento Geral da União (OGU), papel do deputado. “Henrique é tão responsável quanto a Rosalba pela situação atual, mas o que nos estarrece é a situação de surpresa, de dizer que não sabia que os hospitais regionais estão sucateados e de ficar propondo”, pontuou ainda.

MAIS CRÍTICAS

As críticas de Robério Paulino ao suposto desconhecimento da realidade da saúde pública no Rio Grande do Norte, da parte do deputado federal Henrique Alves, não foram pioneiras. No sábado, o deputado estadual José Dias (PSD) questionou onde o sobrinho que preside a Câmara dos Deputados estava morando, já que desconhece a crise permanente no setor de saúde, especialmente nos hospitais.

“Henrique participou dos últimos governos e somente agora veio descobrir que há problemas nos hospitais regionais?”, questionou José Dias. Para o deputado estadual, a declaração de Henrique é de estarrecer. “Onde é que ele estava morando?”.

Segundo José Dias, tio-afim de Henrique, “o que é mais triste é que o homem (ele, Henrique) que teria capacidade de resolver tudo, porque agora (como presidente da Câmara) está dizendo que vai resolver, só agora que vai resolver”.

Na sexta, Henrique “discutiu uma solução para a crise do Hospital Regional de João Câmara” com o auxiliar de saúde da governadora Rosalba Ciarlini, Luiz Roberto Fonseca, o deputado estadual Gustavo Fernandes, o prefeito de João Câmara, Ariosvaldo Targino, além de secretários municipais. Na oportunidade, os gestores do Estado e do município “fecharam um acordo para administração compartilhada dos serviços prestados pelo hospital”.

Robério: “Acordão vai contar com máquina de corrupção e fisiologismo”

O pré-candidato do PSOL a governadora, Robério Paulino, afirmou que a aliança entre Alves e Maias, a qual classificou de acordão, que terá o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB), candidato ao governo, o deputado federal João Maia (PR) como vice e a ex-governadora Wilma de Faria (PSB) disputando o Senado, “vai contar com a máquina de corrupção e fisiologismo” nessas eleições. Ele afirmou que, a essa altura, as Secretarias do governo do Rio Grande do Norte já estão loteadas entre os mais de 20 partidos que decidiram apoiar o chapão.

“Você pode ter certeza de que, a essa altura, as secretarias e os cargos comissionados já foram todos divididos. Porque esse chapão que está aí encabeçado pela senhora Wilma e pelo senhor Henrique, eles são especialistas no loteamento da máquina pública. Então a essa altura, se eles ganharem, já sabem quem vai ficar com cada secretaria, já sabem quantos cargos comissionados cada partido desses 15 ou 20 partidos que eles dizem que têm, vai ter”, afirmou Paulino, em entrevista esta manhã ao “Jornal da Cidade”, da FM 94.

Para Robério, a prática é condenável e a população não mais aceita. “Isso é uma vergonha. Isso é tudo o que a população do nosso país rejeita, que é o loteamento, que é o fisiologismo, as negociatas, as trapaças, o acordo dos caciques por cima e a população fica cansada disso”, afirmou o pré-candidato do PSOL a governador, criticando, também, o modelo de política tradicional no Rio Grande do Norte, com base no curral eleitoral.

“Eles podem tentar ganhar a eleição com base nos controles dos currais eleitorais, com base na máquina que eles vão ter. Mas nós vamos ganhar com consciência, vamos percorrer mais de 50 cidades e vamos ter milhares de jovens trabalhando conosco pelas redes sociais. Aquelas pessoas que estiveram nas ruas, que tem consciência nesse estado, vão estar conosco”, disse.

                                         
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