O presidente ucraniano Viktor Yanukovych disse nesta quarta-feira ter concordado com uma trégua com líderes da oposição, depois de ao menos 26 pessoas terem morrido em protestos nesta semana.
O comunicado no site presidencial afirma que dará início às "negociações" para acabar com o derramamento de sangue dos últimos dois dias.
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Também foi acordado que se tentará estabilizar "a situação no país em nome da paz social".
Mais cedo na quarta-feira, o presidente demitiu o chefe das Forças Armadas da Ucrânia.
Os protestos começaram no país em novembro do ano passado, quando o país suspendeu um um acordo comercial com a União Europeia, em favor de laços comerciais mais próximos com a Rússia.
Isso despertou a ira de simpatizantes de uma aproximação com a UE, que passaram a sair às ruas pedindo a renúncia do presidente. Tem havido diversos confrontos entre manifestantes e forças de segurança, deixando dezenas de mortos e centenas de feridos - e aumentando a polarização no país.
A última terça-feira foi o dia mais sangrento desde o início do conflito. Ao menos 26 pessoas, entre civis e policiais, foram mortos nos confrontos nas ruas de Kiev e mais de 200 foram hospitalizadas.
A situação se acalmou um pouco nesta quarta, mas mesmo assim houve relatos de confrontos esporádicos e de focos de incêndio ao redor da Praça da Independência, foco dos conflitos nos últimos meses.
A trégua anunciada nesta quarta se segue a encontros de Yanukovych com três líderes da oposição. Mas ainda há poucos detalhes sobre como a trégua será implementada.
Separação
Até então, a resistência de Yanukovych em negociar com a oposição vinha sendo criticada por líderes de outros países europeus, que discutirão nesta quinta-feira a possibilidade de impôr sanções à Ucrânia para demonstrar solidariedade ao povo ucraniano.
O conflito também expôs a divisão interna entre os lados oriental e ocidental do país. O correspondente da BBC em Kiev, Daniel Sanford, explica que a possibilidade de dividir-se a Ucrânia em duas já começa a ser discutida abertamente, ainda que não esteja claro quais seriam as fronteiras nem se esses diálogos irão adiante.
Segundo analistas políticos, dificilmente essa separação ocorreria de forma tranquila, o que poderia levar a uma guerra civil na Ucrânia.
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