Segundo DER, a vencedora do certame licitatório para a construção dos acessos do aeroporto de SGA foi a Queiroz Galvão
A revista Istoé mostrou no final de semana uma matéria sobre uma investigação da Polícia Federal baseado em denúncia de que o senador José Agripino, presidente nacional do DEM, teria utilizado sua influência para fazer o Executivo Estadual favorecer a Empresa Industrial Técnica (EIT) com contratos milionários e citou as obras do Contorno de Mossoró como uma das fontes de renda pública para a empresa. Porém, essa não é a única obra de mobilidade nas mãos da empresa, que teve Agripino como sócio (segundo a revista). A EIT também é responsável pela construção do acesso do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte, a vencedora do certame licitatório para a construção dos acessos foi a Queiroz Galvão. No entanto, ela desistiu da obra, fazendo com que a segunda colocada na licitação, EIT, assumisse a responsabilidade da entrega, mesmo com o fato do contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal (CEF) ter sido assinado no dia 1º de abril, quando já não havia mais os 24 meses necessários para a execução da obra. Restavam apenas 11 meses.
Segundo o DER, nessa situação, o Governo consultou a segunda colocada, a EIT, que de pronto aceitou a proposta. A ordem de serviço foi assinada em 6 de abril, mas a obra só começou de fato em agosto. Até novembro, haviam sido executados o desmatamento e a terraplanagem da área. Ainda deve ter início a construção da base e do asfalto dos acessos.
JOSÉ AGRIPINO E O DEM
O “tráfico de influência”, praticado pelo presidente nacional do partido no único governo do DEM no País, é mais um item para uma série de suspeitas de irregularidades eleitorais que teriam a governadora Rosalba Ciarlini como personagem. Além desta, a própria revista trás o “desengavetamento” de uma investigação sobre caixa 2 na campanha eleitoral de 2006. Isso, sem contar com a recente condenação de Rosalba por usar a máquina pública estadual para favorecer a candidatura da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina.
Segundo a Istoé, José Agripino foi sócio cotista da EIT até agosto de 2008. E mais: nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira. “Empresa privada, a EIT é o terceiro maior destino de recursos do Estado nas mãos de Rosalba. Perde apenas para a folha de pagamento e para crédito consignado. Só este ano foram R$ 153,7 milhões em empenhos do governo, das secretarias de Infraestrutura, Estradas e Rodagem e Meio Ambiente”, aponta a revista.
A Istoé ressalta ainda que nem na crise financeira, que fez o governo atrasar pagamento a fornecedores e, até mesmo, aos servidores estaduais (que passaram a receber de forma escalonada) que atingiu o salário dos servidores e os gastos com a Saúde, a EIT deixou de
José Agripino é citado em matéria da Istoé por
ter sido sócio da empresa EIT. Foto: Divulgação
receber. O governo afirmar que não tinha dinheiro essas despesas básicas, mas gastava milhões nas obras do Contorno de Mossoró, empreendimento tocado pela EIT.
Agripino, antes da política foi gerente da empreiteira:
Quando era recém-formado em engenharia, antes entrar diretamente na política, Agripino trabalhou na empreiteira EIT, da qual se tornou sócio mais tarde.
O CURRÍCULO DO SENADOR LÍDER DO DEM INDICA:
- Engenheiro-Chefe de Obras EIT – Empresa Industrial Técnicas S/A (1969/ 72).
- Gerente Regional da EIT – Empresa Industrial Técnica S/A, para os Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba (1972/ 75).
Nessa época em que atuava do lado da empreiteira, o pai, Tarcísio Maia, era ligado ao General Golbery do Couto e Silva, e foi indicado (sem eleições diretas) governador do Rio Grande do Norte (início do governo em 1975).
Seu tio, Lavoisier Maia, também era outro político influente da dinastia Maia, e sucedeu o pai de Agripino no governo do RN. Ao tomar posse como governador nomeou Agripino prefeito de Natal, trocando de lado do balcão das empreiteiras.
Porém, mesmo político, Agripino, ocupando cargos de prefeito, governador e senador, virou acionista da empreiteira.
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