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Um grupo canadense de monitoramento de direitos humanos documentou o uso de tecnologias americanas de vigilância e censura na internet por mais de doze governos, alguns com duras políticas de direitos humanos – como Síria, China e Arábia Saudita.


Grupo descobre abuso de tecnologias de vigilância e censura
Um grupo canadense de monitoramento de direitos humanos documentou o uso de tecnologias americanas de vigilância e censura na internet por mais de doze governos, alguns com duras políticas de direitos humanos – como Síria, China e Arábia Saudita.
O grupo de pesquisa da internet Citizen Lab, localizado na Escola Munk de Assuntos Globais, na Universidade de Toronto, usou servidores de computador para procurar pela distinta assinatura de equipamentos feitos pela Blue Coat Systems, de Sunnyvale, Califórnia.
Eles determinaram que Egito, Kuwait, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos empregaram o sistema da Blue Coat que pode ser usado para censura digital. O grupo também determinou que Bahrein, China, Índia, Indonésia, Iraque, Quênia, Kuwait, Líbano, Malásia, Nigéria, Qatar, Rússia, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Cingapura, Tailândia, Turquia e Venezuela utilizaram equipamentos que podem ser usados para vigilância e monitoramento.
Os autores disseram querer alertar o público da existência de uma crescente quantidade de tecnologias de vigilância e filtragem de conteúdo distribuída pela internet. A tecnologia não tem sua exportação restrita pelo Departamento de Estado dos EUA, exceto a países que estejam na lista de embargo – como Síria, Irã e Coreia do Norte.
Um porta-voz da Blue Coat Systems declarou que a empresa não teve acesso ao relatório final, e que por isso não estava preparada para comentar.
Em 2011, diversos grupos (incluindo Telecomix e Citizen Lab) levantaram suspeitas de que produtos da Blue Coat estariam sendo usados para encontrar e monitorar oponentes do governo sírio. A empresa inicialmente negou que seus equipamentos haviam sido vendidos à Síria, que está sujeita a sanções comerciais dos Estados 

Pouco tempo depois, a Blue Coat voltou atrás e reconheceu que os sistemas realmente estavam na Síria, mas afirmou que os dispositivos haviam sido vendidos a um distribuidor em Dubai – e que a empresa achou que eles seriam destinados ao Ministério de Comunicações Iraquiano.
O projeto de pesquisa Citizen Lab foi comandado por Morgan Marquis-Boire e Jakub Dalek. Marquis-Boire, engenheiro de software do Google, esteve envolvido no ano passado numa variedade de projetos de pesquisa voltados a expor ferramentas de vigilância usadas por regimes autoritários. Ele garantiu que separa cuidadosamente seu trabalho no Google de sua pesquisa de direitos humanos.
No ano passado, Marquis-Boire utilizou servidores para identificar o uso de um software de vigilância de inteligência, chamado FinSpy, que vinha sendo usado pelo Bahrein para monitorar ativistas da oposição.
Em dezembro, os pesquisadores usaram o mecanismo de busca Shodan, uma ferramenta online especializada em ajudar a identificar computadores e serviços de software que estejam conectados à internet. Eles conseguiram identificar diversos sistemas da Blue Coat sendo usados para filtrar conteúdo e para 'inspeções profundas de pacotes' – uma tecnologia amplamente usada para detectar e controlar conteúdo digital enquanto ele viaja pela internet.
Os pesquisadores disseram estar cientes de que existem usos benignos e nocivos para os produtos da Blue Coat identificados como ProxySG, que agem como um filtro da web, e um segundo sistema, o PacketShaper, que consegue detectar cerca de 600 aplicações da web e pode ser usado para controlar tráfegos online indesejáveis.
'Não estou tentando demonizar completamente essa tecnologia', afirmou Marquis-Boire.

Os pesquisadores também apontaram que o equipamento não se encaixa diretamente na distinção de duplo uso empregada pelo governo dos EUA para controlar a venda de equipamentos com aplicações civis e militares, mas pode ser usado em aplicações políticas e de inteligência por governos autoritários.
'A Síria está sujeita a sanções de exportação pelos EUA', explicou Sarah McKune, pesquisadora do Citizen Lab. 'Quando se trata de outros países que não estão sujeitos a sanções americanas, a situação fica mais difícil. Ainda pode haver um impacto significativo sobre os direitos humanos.'
Os pesquisadores também indicaram que um grande número de empresas americanas e estrangeiras forneceu tecnologias similares no que a Gartner, uma empresa de pesquisa de mercado, descreveu como um mercado de US$ 1,02 bilhão numa relatório divulgado em maio de 2012.
Os pesquisadores afirmaram que algumas empresas de tecnologia de segurança nos Estados Unidos, como a Websense, mesmo adotando sólida postura de direitos humanos, se recusaram a aceitar a questão do possível mau uso da tecnologia.
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Fonte:
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