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Por: Portal JH

Farmacêutica conseguiu 30 potes de 400 gramas e 100 de 50 gramas da pomada. Foto: José Aldenir
A falta de medicamentos já se tornou comum na rotina dos profissionais que trabalham no maior hospital de urgência e emergência do Rio Grande do Norte, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel (HMWG). Diante do desabastecimento, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem têm usado as redes sociais para denunciar o descaso. Durante esta segunda-feira (28), o medicamento, dentre os tantos que faltavam, que ganhou os holofotes foi a Sulfadiazina de Prata, pomada antibiótica utilizada no tratamento de queimados. A situação foi normalizada nesta terça-feira (29), com uma quantidade de medicamentos suficiente para uma semana. Na manhã de hoje, o abastecimento da unidade hospitalar estava em 40%, ou seja, 60% de todos os medicamentos e material hospitalar utilizado no Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel está em falta.
A ausência da Sulfadiazina de Prata, que ajuda a aliviar a dor dos queimados, além de evitar infecções, algo comum neste tipo de enfermidade, gerou uma mobilização no Twitter. Várias pessoas, em protesto, escreviam nas redes sociais, a seguinte frase endereçada à governadora Rosalba Ciarlini: “Queremos pomada para queimados no Hospital Walfredo Gurgel”, com o objetivo de sensibilizar o Governo do Estado a providenciar o medicamento. O chefe do Centro de Tratamento de Queimados do HMWG, Edilson Souza, relatou ontem à tarde, que naquele momento só havia cinco tubos de Sulfadiazina, fruto de uma doação. “Isso é suficiente apenas para metade de um curativo em uma criança”, relatou no twitter.
A farmacêutica Carla Magalhães, gerente da Divisão de Farmácia do Hospital Walfredo Gurgel, confirmou que conseguiu o adiantamento de 30 potes de 400 gramas e 100 de 50 gramas do medicamento de uma comprar realizada para durar dois meses. Ela conta que dois potes de 400 gramas são suficientes para atender a demanda de um dia. “Conseguimos esse adiantamento do medicamento em confiança, pois o fornecedor nos entregou parte de uma compra que fizemos que estamos esperando apenas a liberação do deposito judicial para pagarmos e recebermos o restante dos medicamentos que deve durar dois meses”, afirmou.
Carla Magalhães conta que o consumo estimado mensal de materiais e medicamentos do Hospital Walfredo Gurgel gira em torno de R$ 2 milhões e que a partir de agora, de dois em dois meses, o Walfredo Gurgel receberá aproximadamente R$ 450 mil, de uma demanda judicial, exclusivo para compras de medicamentos. O Walfredo Gurgel já tomou todas as providências para receber esses recursos, mas a decisão judicial datada de 18 de dezembro, ainda não foi cumprida, pois o juiz aguarda que todos os hospitais resolvam os tramites burocráticos para liberação dos recursos. Além do Walfredo, o Deoclécio Marques de Lucena, Ruy Pereira, João Machado e Santa Catarina também receberam os recursos. “Acredito que quando esse recurso chegar vai melhorar um pouco a situação, pois fizemos uma seleção criteriosa dos medicamentos que estão em falta, entre os mais importantes”, afirmou.
A farmacêutica disse que hoje o abastecimento está em 40%, com os medicamentos exclusivos da Unidade Central de Agentes Terapêuticos (Unicat). “Permanece uma deficiência enorme e o estado é crítico”, afirmou. Ela conta que dentre os inúmeros medicamentos que faltam a Atropina, medicamento utilizado em pacientes com parada cardiorrespiratória. Em relação ao material de ortopedia, a farmacêutica conta que a atadura de crepom está em falta.
UNICAT
O desabastecimento não é exclusividade do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel. A Unicat também sofre com o a falta de medicamentos e a população, que precisa de determinados remédios, é obrigada a esperar por meses. É o caso da jornalista Juliana Lobo, que há três meses vive um dilema com o filho de um ano e nove meses. A criança nasceu com a Síndrome de West, uma síndrome neurológica que provoca convulsões através de espasmos. Para frear essas convulsões, ele diariamente precisa tomar três tipos de medicação, uma delas de alto custo: a Sabril de 500mg. Uma caixa do medicamento chega a custar R$ 214 e ele toma duas por mês. “São quatro comprimidos de Sabril por dia”, lembra a mãe.
O problema é que a medicação, que por lei deveria ser disponibilizada pelo Estado, há três meses está em falta na Unicat. De lá para cá, Juliana diz que tem recebido ajuda financeira de familiares para comprar o medicamento em farmácias particulares. “É a forma que tenho encontrado para comprar esse medicamento, mas o que temo é que ele chegue a faltar também nessas farmácias”, diz Juliana.
Juliana Lobo teme que o filho venha a ficar sem receber a medicação, essencial no tratamento da síndrome, e precise recorrer a familiares que moram fora. “Já liguei várias vezes para Unicat e para a assessoria do governo, mas não obtive resposta de quando esse medicamento será disponibilizado novamente. O que eles dizem é que a medicação está empenhada e sem previsão de chegar”, relata.
Drama semelhante vive o motorista Fernando de Aribaldo Basílio Júnior. O filho Rafael Cavalcanti Basílio, de 13 anos, precisa tomar mensalmente o medicamento Somatropina, uma espécie de hormônio do crescimento. O pai, que mora no município de Riachuelo, conseguiu pegar o medicamento na Unicat no dia 17 de dezembro, e estava programado para o dia 17 de janeiro a nova retirada do medicamento. No entanto, desde então, o motorista só recebe a mesma informação: “o medicamento não chegou”.
A diretora da Unicat, Alaíde Porpino Menezes, explicou que o medicamento Sabril de 500 mg já está empenhado e aguarda apenas um posicionamento dos fornecedores a respeito do prazo de entrega do medicamento. Em relação ao Somatropina, a diretora reconhece que está com um estoque reduzido, mas que já começou a disponibilizar uma quantidade limitada de medicamento e garante que antes do carnaval o estoque estará regular.

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