Empresa vai fornecer jatos para voos regionais da AMR, controladora da aérea americana; mas voos serão operados pela bandeira American Eagle
Galpão de montagem final dos aviões da Embraer: empresa fecha contrato bilionário com AMR (Germano Luders)
A Embraer selou nesta quinta-feira um acordo de até 4 bilhões de dólares para fornecer jatos à rede regional da American Airlines. O negócio motivou alta expressiva das ações da empresa.
A Embraer e a norte-americana Republic Airways assinaram um contrato por 47 aviões modelo 175, com opções de compra de outras 47 aeronaves. A Republic Airways é subsidiária da AMR - a holding que está em concordata e que controla também a American Airlines. Os novos jatos serão operados pela Republic sob a bandeira American Eagle, da AMR.
A encomenda traz certo alívio à carteira de pedidos da fabricante brasileira, que havia sido preterida em diversos contratos nos Estados Unidos, recentemente. Em dezembro, a rival canadense Bombardier fechou com a Delta Air Lines um pedido de até 3,29 bilhões de dólares.
Disputa - A batalha por novas encomendas de grande porte nos Estados Unidos está apenas no começo, de acordo com o presidente da divisão de aviação comercial da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva. "A American ainda deve comprar mais aviões desse tamanho (de 76 passageiros). Temos aí a American, a United, a US Airways e as empresas regionais também", afirmou. "Eu continuo confiando que, nos próximos 18 meses, essas campanhas (de vendas) vão ser definidas com ordens de 250 a 400 aviões, aproximadamente", disse.
As ações da Embraer chegaram a saltar quase 12% na máxima dos negócios na Bovespa, no maior ganho diário em quase quatro anos. No fechamento de mercado, a alta era de 8,88%.
A venda de aeronaves da Embraer à Republic Airways depende da aprovação do tribunal de recuperação judicial da American Airlines, o que está previsto para ocorrer até o fim de março. As entregas dos aviões configurados para 76 passageiros, em duas classes, deve começar em meados deste ano, com dois ou três jatos por mês, de acordo com a American Airlines.
O executivo da Embraer disse que o contrato da Republic não envolve a revenda de qualquer avião usado, que foi parte do acordo da Bombardier com a Delta.
A manutenção dos níveis de produção da Embraer em 2013 em patamar similar ao do ano passado foi colocada em dúvida diante da ausência de grandes encomendas por jatos regionais.
Alguns analistas já cortaram suas projeções de produção de aeronaves comerciais pela Embraer em 2013 e 2014. "Estamos realmente confortáveis que vamos manter nosso nível de produção neste ano", rebateu Silva.
A venda para a Republic foi fechada depois que a Embraer revelou, na semana passada, que a companhia aérea irlandesa Aldus Aviation é o cliente não informado na carteira de pedidos de dezembro da companhia. A Aldus assinou contrato de até 1,56 bilhão de dólares.
A Republic Airways é a maior operadora de jatos da regionais da Embraer no mundo e os novos aviões encomendados foram aprimorados pela fabricante brasileira. Segundo a Embraer, os modelos possuem novas pontas de asa e refinamentos aerodinâmicos que reduzirão o consumo de combustível em até 5%.
(Com Reuters)
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