Por Thomas Grove
BAKU, 30 Set (Reuters) - A possibilidade de Israel atacar sozinho as instalações nucleares iranianas colocou o Oriente Médio em uma situação delicada e perturbou o principal aliado do país em meio a uma campanha presidencial norte-americana.
Mas, e se Israel não estiver sozinho?
O Azerbaijão, ex-república soviética rica em petróleo e que faz fronteira com o norte do Irã, tem conversado com Israel sobre como as bases aéreas e aviões teleguiados locais podem ajudar os caças do Estado judaico a realizar um ataque a distância, de acordo com fontes.
Isso é muito longe do grande poder de fogo que Netanyahu pediria a Washington, mas tal aliança pode mudar o pensamento israelense sobre a viabilidade de agir sem a ajuda dos EUA.
Embora haja negativas oficiais de ambos os países, duas ex-autoridades militares do Azerbaijão e duas fontes de inteligência da Rússia disseram à Reuters que análises estão sendo feitas sobre a questão.
"De onde os aviões voarão, e para onde? É o que está sendo planejado neste momento", disse um consultor de segurança com contatos no setor de defesa do Azerbaijão, em Baku.
Não é segredo que o presidente do país, Ilham Aliyev, se tornou um raro muçulmano a ficar amigo de Israel. Um acordo de 1,6 bilhão de dólares de armamentos envolvendo dezenas de drones israelenses e a sede de Israel por petróleo do Mar Cáspio estão bem documentados.
O ministro das Relações Exteriores de Israel visitou Baku em abril último.
Rasim Musabayov, um legislador azeri independente e membro do comitê de assuntos externos do Parlamento, afirmou que, embora não tenha informações definitivas, entendia que o Azerbaijão vai provavelmente participar de quaisquer planos israelenses contra o Irã, pelo menos para contigência de reabastecimento da força de ataque.
"Israel tem um problema se for bombardear o Irã e suas instalações nucleares, não tem como reabastecer", afirmou Musabayov à Reuters. "Eu creio que seus planos incluem algum uso de acesso no Azerbaijão."
"Nós temos bases totalmente equipadas com modernos equipamentos de navegação, defesa antiaérea e pessoal treinado por norte-americanos e, se necessário, elas podem ser usadas sem qualquer preparação prévia."
O governo Obama deixou claro que não apoia as indicações de guerra de Israel e que prefere a diplomacia e as sanções econômicas para frear o programa nuclear iraniano, o qual Teerã nega que tenha finalidade militar.
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