Horas depois de ser lançada, a campanha angariou centenas de adeptos.
Entre os participantes, alguns sugeriram a criação de um departamento de polícia para receber queixas sobre roupas inapropriadas.
"Alguns centímetros de tecido a mais não vão te fazer mal", ironizou um usuário.
Campanha
Asma, de 23 anos, foi quem teve a ideia da campanha junto de um amigo. Vestida com um véu e calça legging dentro de sua casa, ela explicou à correspondente da BBC em Dubai, Katy Watson, por que quis se envolver diretamente na defesa da cultural local.
"A forma como algumas pessoas se vestem aqui é ofensivo para as nossas crenças", disse. "Os shoppings são locais públicos, onde há famílias e crianças", acrescentou.
Os vestidinhos de verão, segundo Asma, "são bons para a praia, mas não para fazer compras".
Todos os shoppings de Dubai têm avisos nas entradas pedindo aos clientes que cubram os ombros e os joelhos, mas Asma diz que isso não é suficiente.
Ela quer criar uma lei para garantir que seu 'dress code' seja cumprido.
Entretanto, a proposta esbarra em diversos obstáculos.
Nos Emirados Árabes Unidos, apenas 20% da população, estimada em 8 milhões de pessoas, nasceram no país.
Dessa forma, o governo tem de se equilibrar entre garantir os interesses da população local sem punir, em contrapartida, o turismo e o comércio com muitas regras.
Agitação Regional
Há também uma outra questão em jogo.
Embora os Emirados Árabes Unidos tenham se mantido praticamente imunes à turbulência regional, em muito devido a um sistema de previdência social generosa com seus cidadãos, o governo acompanha, com temor, os levantes revolucionários dos países vizinhos.
Mansoor Ahmed é um ativista pró-democracia e blogueiro cujas críticas ao governo lhe fizeram passar uma temporada na prisão no ano passado.
Ele acredita que, apesar da campanha pelo 'dress code' não ter fundo político, o governo dificilmente imporá aos habitantes e turistas uma lei sobre as regras de como eles devem se vestir, pois isso poderia enviar uma mensagem aos muçulmanos mais conservadores de que a opinião deles tem muito peso.
Entretanto, com a recente onda pró-democracia nos países árabes, os Emirados Árabes Unidos provavelmente se verão obrigados a ceder em determinados pontos, afirmou Ahmed.
0 Comentários