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Publicado por CdB

Melo Filho detalhou o encontro realizado, em dezembro de 2013, no Palácio do Jaburu no qual participaram, além dele próprio, Temer, o ministro Eliseu Padilha e Marcelo Odebrecht



Por Redação – de Brasília


Ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht, Claudio Melo Filho negocia uma redução na pena. Na delação premiada, em curso, Melo Filho confirmou ao ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin que o presidente de facto, Michel Temer, negociava propina com a empreiteira. Ele participou da reunião no Palácio do Jaburu e solicitou a Marcelo Odebrecht doações para o PMDB, na campanha de 2014.
Temer foi, novamente, citado na delação premiada de ex-executivo da Odebrecht, como receptador de propina
Temer foi, novamente, citado na delação premiada de ex-executivo da Odebrecht, como receptador de propina
O ex-executivo confirmou todas as informações passadas no acordo com a Justiça. O depoimento foi prestado no âmbito da ação que investiga abuso de poder político e econômico na campanha presidencial de 2014, que poderá levar à cassação do mandato de Temer e dos direitos políticos da presidenta deposta Dilma Rousseff.

Jantar no Jaburu

Melo Filho detalhou o encontro realizado, em dezembro de 2013, no Palácio do Jaburu no qual participaram, além dele próprio, Temer, o ministro Eliseu Padilha e Marcelo Odebrecht.
— Eu participei de um jantar no Palácio do Jaburu, juntamente com Marcelo Odebrecht, Michel Temer e Eliseu Padilha. Michel Temer solicitou, direta e pessoalmente para Marcelo, apoio financeiro para as Campanhas do PMDB no ano de 2014 — disse o ex-diretor, perante o magistrado.
Em depoimento à Justiça Eleitoral na semana passada, Marcelo Odebrecht disse não se recordar de Temer ter falado ou pedido R$ 10 milhões diretamente. Mas o herdeiro da empreiteira confirmou o jantar no Palácio do Jaburu. E disse que o encontro era sobre tratativas para as doações ao PMDB nas eleições de 2014. Mas disse que não houve pedido expresso de valores por Temer.
Segundo Odebrecht, o encontro serviria para confirmar que parte da doação ao partido seria destinada à campanha de Paulo Skaf ao governo de São Paulo. O pagamento foi acertado, segundo Marcelo, entre Cláudio Melo e Eliseu Padilha. De acordo com Marcelo Odebrecht, o acerto do valor foi feito depois da saída de Temer do local.

Via Eliseu

Ainda em seu relato para os procuradores da Lava Jato, Melo Filho relatou que parte dos pagamentos solicitados, cerca de R$ 4 milhões, “foram realizados via Eliseu Padilha, preposto de Temer, sendo que um dos endereços de entrega foi o escritório de advocacia do Sr. José Yunes”, amigo de Temer e ex-assessor Especial da Presidência da República. Segundo o delator, os outros R$ 6 milhões pedidos por Temer teriam sido “alocados o Sr. Paulo Skaff”, ex-candidato do PMDB ao governo de São Paulo.
Sobre Padilha e o também ministro Moreira Franco, Melo Filho contou na sua colaboração que se valia dos dois peemedebistas para fazer chegar a Temer os interesses da empreiteira. Segundo afirmou, era de conhecimento de todos que Temer, historicamente, era o líder do grupo político do PMDB da Câmara.
— Resumindo, para fazer chegar a Michel Temer os meus pleitos, eu me valia de Eliseu Padilha ou Moreira Franco, que o representavam. Essa era uma via de mão dupla, pois o atual presidente da República também utilizava seus prepostos para atingir interesses pessoais, como no caso dos pagamentos que participei, operacionalizado via Eliseu Padilha — delatou Melo Filho.
Também prestaram depoimentos ao TSE, ao longo do dia, até as altas horas da noite desta segunda-feira os executivos Hilberto Mascarenhas e Alexandrino Alencar. Mascarenhas foi chefe do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, o Departamento de Propina da companhia. Ele processava e efetuava os pagamentos da contabilidade paralela. Já Alencar também foi diretor de relações institucionais da Odebrecht e vice-presidente da Braskem.

Novas acusações

O empreiteiro Marcelo Odebrecht não foi o único a declarar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que Eliseu Padilha, atualmente licenciado do cargo de ministro-chefe da Casa Civil, era operador financeiro do presidente Michel Temer. Em novembro do ano passado, Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, disse ao TSE que a empreiteira acertou com Padilha o repasse de R$ 1 milhão para Temer na campanha de 2014.
A informação foi prestada no segundo depoimento de Azevedo ao tribunal. No primeiro, realizado em setembro, ele afirmara que o dinheiro tinha sido destinado a Dilma, a cabeça da chapa, e era na verdade uma propina lavada na forma de doação legal.
Em resposta, a defesa da presidenta deposta comprovou, com a apresentação de dados bancários, que o valor irrigou a conta aberta por Temer na condição de candidato a vice-presidente. Desmentido nos autos, Azevedo pediu para depor novamente. Foi quando mudou completamente sua versão, para declarar que o dinheiro foi destinado a Temer. E, ao contrário do que dissera, nada tinha a ver com propina.
Azevedo disse ao ministro Herman Benjamin que combinou a doação diretamente com Temer, em uma outra reunião no Palácio do Jaburu. Depois, seguindo o modus operandi da quadrilha, tratou com Padilha a forma de pagar a fatura.
– E aí o senhor disse que comunicou à assessoria do vice-presidente? — perguntou o advogado Flávio Caetano, da defesa de Dilma no TSE.
– Isso, respondeu Azevedo
– Quem era a pessoa?, insistiu Caetano
– Padilha

Depoimento de Azevedo

Em 2014, Temer usou a mesma estratégia para pedir dinheiro às empreiteiras. Um de seus homens de confiança procurava as empresas. Depois, levava os executivos para uma reunião com o então vice-presidente. O acordo para o repasse de recursos era sempre sacramentado pessoalmente com Temer. Foi o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha que levou Otávio Azevedo ao Jaburu.
Na semana passada, Marcelo Odebrecht disse ao TSE que acertou previamente com Padilha a liberação de 10 milhões para o grupo político de Temer, antes de se encontrar pessoalmente com o peemedebista no Palácio do Jaburu. O depoimento de Marcelo complica mais a situação jurídica de Temer do que o de Azevedo.
Primeiro, porque ele reconheceu que a Odebrecht repassou dinheiro ao grupo de Temer por fora, um “extra” que nada tinha a ver com a doação legal da empreiteira ao PMDB, que foi de 11,3 milhões de reais em 2014. Segundo, porque, conforme Marcelo Odebrecht, Padilha sabia de antemão que o “extra” sairia de uma fonte clandestina de recursos

Temer e a OAS

As declarações reforçam os indícios de que a chapa Dilma e Temer usou dinheiro sujo para vencer a última sucessão presidencial.
Em 2014, Temer também recebeu uma doação legal de R$ 5 milhões da construtora OAS. O valor foi repassado depois de ele se encontrar, no Jaburu, com Léo Pinheiro, preso pela Lava-Jato. Em mensagens telefônicas interceptadas pela operação, Pinheiro dá a entender a Cunha que o dinheiro foi transferido em troca do empenho do PMDB na defesa dos interesses da OAS, concessionário do aeroporto de Guarulhos.
Na época da transação, Moreira Franco, braço direito de Temer, era o ministro da Secretaria de Aviação Civil.

As respostas

A defesa de Michel Temer não foi encontrada para comentar o caso.
O chefe afastado da Casa Civil Eliseu Padilha também não comentou as delações em que é citado. Apenas justificou, a jornalistas, o elevado número de viagens em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele falou à Comissão de Ética Pública da Presidência, que investiga o caso, alegando medida de segurança.
Padilha disse ter deixado de usar avião de carreira depois que os xingamentos ao governo aumentaram de tom.

                   Fonte:
Jornal Correio do Brasil





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